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Recuperação judicial da Americanas não deve afetar pedidos, lojas e Ame

Em fato relevante divulgado ao mercado, empresa afirma que pretende manter “bom funcionamento da operação”



A Americanas entrou com pedido de recuperação judicial na última quinta-feira, 19, após ter anunciado um rombo de R$ 20 bilhões em suas contas na semana anterior. Desde então, as ações da varejista despencaram, levando ao prejuízo dezenas de fundos que investiam em títulos de dívidas da companhia.

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Ao contrário do que muitos pensam, recuperação judicial não é sinônimo de falência. Quando entra com o pedido, a empresa ganha tempo para se reorganizar e adiar os pagamentos a credores, como bancos e fornecedores, para evitar a falência.

Em comunicado divulgado ao mercado, a Americanas afirmou que tem a intenção de “manter a liquidez da companhia em patamares que permitam o bom funcionamento da operação de todas as lojas, do seu canal digital, […] da Ame e suas demais coligadas”.

Em outras palavras, a varejista está dizendo que terá recursos para continuar com as portas abertas e realizando entregas

A Saraiva é um bom exemplo de empresa que continuou funcionando com o processo de recuperação judicial em andamento. Embora tenha fechado grande parte de suas lojas físicas, o e-commerce da varejista segue recebendo pedidos até hoje.

Entretanto, algumas mudanças já são observadas, como a posição dos lojistas do marketplace, que elevaram seus preços para evitar novas compras. O medo deles é não receber o valor das vendas pelo canal digital, que correspondem a 65% do volume total e podem atrapalhar a Americanas a se reerguer.

Esperança

Segundo a empresa, sem a aprovação da recuperação judicial pela Justiça, há risco de um “absoluto aniquilamento do fluxo de caixa”. Nesse cenário, não vai haver dinheiro para pagar fornecedores e funcionários.

A companhia afirmou no pedido que tem só R$ 800 milhões sobrando em caixa, mas que espera receber R$ 1,4 bilhão em cobranças antecipadas pelo BTG e pelo Banco Votorantim. Além disso, há outros R$ 3 bilhões para chegar em operações com recebíveis de cartão de crédito. O montante total é suficiente para quitar 6,4 vezes o débito de curto prazo.

Contudo, a Americanas acredita que a crise é “momentânea, passageira e certamente será superada frente à sua magnitude econômica e o seu altíssimo potencial de continuar gerando riquezas para o país”.

Há ainda a possibilidade de capitalização da Ame, carteira digital usada principalmente para oferecer cashback aos clientes. Dados da empresa mostram que o aplicativo processou R$ 32,6 bilhões nos últimos 12 meses e teve lucro líquido de R$ 20,2 milhões no último trimestre.




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