Clientes do Nubank levaram um susto ao perceber rendimentos negativos em uma aplicação que o banco digital anunciava como reserva de emergência. A desvalorização é resultado do rombo financeiro anunciado pela Americanas na última semana.
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Falando sobre o assunto, a empresa anunciou que escolheu um presidente interino após a renúncia do antigo CEO, Sérgio Rial. No campo da economia, as conversar do dia são sobre a nova previsão do mercado para a Selic (taxa básica de juros).
Nos destaques desta terça-feira, 17, veja também que o preço médio do etanol teve queda no país na última semana. Confira mais detalhes a seguir.
Americanas anuncia presidente interino
A Americanas anunciou ontem, 16, a nomeação de João Guerra Duarte Neto para presidente interino da empresa. Escolhido desde a última sexta-feira, 13, o executivo até então ocupava o posto de diretor de Recursos Humanos.
Guerra acumulará a posição de CEO com a de diretor de Relacionamento de Investidores em meio à maior crise já vista na companhia. Uma nova assembleia-geral deverá ser realizada em 2024, e até lá ele permanece no posto.
A escolha veio após a renúncia do ex-presidente Sérgio Rial e do diretor de Investimentos, André Covre, que descobriram um rombo inicial de R$ 20 bilhões nas contas da Americanas. A companhia já iniciou os procedimentos para dar entrada no pedido de recuperação judicial.
Apesar do valor divulgado inicialmente, analistas preveem que as “inconsistências contábeis” estão próximas aos R$ 40 bilhões.
Clientes Nubank sofrem prejuízo com Americanas
Clientes do Nubank que tinham recursos aplicados no Nu Reserva Imediata sofreram um prejuízo após o rombo anunciado pela Americanas. O fundo, que possuía cerca 1% do total do dinheiro sob gestão da empresa, gerou rendimentos negativos.
O Estadão apurou que a queda foi próxima a 0,76% em um dia, com o valor da cota do Nu Reserva Imediata recuando de R$ 1,147577 para R$ 1,138968. Os recursos estavam empenhados nas debêntures LAMEA7 e LAMEA4, que passaram a ser negociados por até metade do valor após o anúncio de “inconsistências financeiras” de R$ 20 bilhões.
Especialistas criticam o banco por oferecer o fundo como uma reserva de emergência, já que ele não permite o resgate no mesmo dia útil (liquidez diária). Segundo o Nubank, o impacto “tende a ser amenizado ao longo do tempo pela estratégia de gestão do fundo”.
Queda no preço do etanol
O preço médio do etanol recuou 1,75% no país na semana passada, de R$ 4,01 para R$ 3,94 o litro, mostra o último levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Houve queda em 13 estados e no Distrito Federal e alta em outros nove.
No Ceará e no Rio Grande do Sul, os valores se mantiveram estáveis. Não houve pesquisa no Amapá nesta semana e no Acre na semana encerrada em 7 de janeiro, por isso não é possível fazer a comparação.
O biocombustível ficou mais barato em São Paulo, principal estado produtor, onde passou de R$ 3,94 para R$ 3,85 o litro (-2,28%). A maior queda percentual ocorreu em Goiás, que registrou desvalorização de R$ 3,96 para R$ 3,760 em uma semana (-5,05%).
Mesmo com a mudança, ainda vale a pena abastecer com gasolina em todos os estados brasileiros e no DF. A paridade do etanol em relação ao combustível está em 78,18%, mas ele só é vantajoso quando ela fica abaixo de 70%.
Nova previsão para a Selic
Analistas entrevistados pelo Banco Central elevaram suas previsões para a taxa básica de juros, a Selic, em 2023. O boletim Focus mostra que o mercado passou a esperar a taxa a 12,50% no fim deste ano, contra 12,25% na semana passada e 11,75% há um mês.
Já para o próximo ano, a previsão foi mantida em 9,25%, enquanto para 2025 subiu de 8% para 8,25%. Para 2026, a Selic esperada é de 8%.
Atualmente os juros estão em 13,75%, patamar que deve ser mantido na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, marcada para os dias 31 de janeiro e 1º de fevereiro.