Uma das doenças que mais tem tirado o sono de pesquisadores e autoridades em saúde no mundo inteiro é a demência. Caracterizada pela degeneração do sistema nervoso central, essa condição compromete a qualidade de vida de qualquer pessoa.
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O paciente com demência perde habilidades cognitivas e sociais, além de se tornar dependente de cuidados em casos mais avançados. O problema é que a situação é crônica e ainda não possui cura.
Distúrbios do sono podem apontar demência com anos de antecedência
Sobre o assunto, uma pesquisa da Mayo Clinic mostrou que a demência pode estar relacionada com distúrbios do nosso. No caso, os pesquisadores observaram que alterações da fase mais profunda do sono, conhecida como REM, podem ser relacionadas com a demência com corpos de Lewy (DCL).
A DCL é uma variação da doença caracterizada pelo depósito anormal de proteínas nas células nervosas. Os sintomas incluem perda de memória, desorientação e dificuldades para recordar, compreender, pensar e se comunicar.
Pessoas que têm problemas para dormir profundamente, gritam, se mexem ou acordam em sonhos vívidos podem ter mais chances de desenvolver demência. O estudo mostrou que homens com esse sintoma têm até 5 vezes mais chances de apresentar DCL.
Alerta para a doença
De acordo com dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é esperado que até o mesmo ano, o mundo tenha 150 milhões de pessoas com demência. Atualmente, esse grupo é composto por, aproximadamente, 50 milhões. Isso significa que o aumento pode ser três vezes maior.
Brasil não está preparado para esse número de pessoas com demência
Primeiramente, é importante ressaltar que a demência é um transtorno que compromete a capacidade cognitiva do ser humano. Isso quer dizer que as pessoas que sofrem com o problema apresentam a degeneração das suas funções cognitivas. Para efeitos práticos, seria como comparar com um tipo de Alzheimer, no qual a pessoa apresenta problemas de memória, dificuldades de aprendizado e de entendimento do mundo.
Em pessoas com mais de 80 anos, o problema pode aparecer em quase 45% dos brasileiros. Isso denota a necessidade de políticas públicas para prevenção e conscientização. Em estágios mais avançados, uma pessoa com demência demanda cuidados básicos para conseguir ir ao banheiro e até para se alimentar.
Segundo uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP), existem 7 fatores que contribuem para 32% dos casos no país:
- Baixa escolaridade;
- Hipertensão;
- Obesidade;
- Diabetes;
- Sedentarismo;
- Depressão; e
- Tabagismo.
Outros estudos mostram que quase metade de todos os casos poderiam ser evitados se houvesse programas eficientes para conscientização e prevenção da doença no mundo.
Fato é que os especialistas advertem que o Brasil não possui infraestrutura necessária para lidar com o aumento progressivo da demência nos próximos anos. As atitudes devem ser tomadas com vistas ao combate e prevenção.