Cacau criollo da Venezuela, milho das montanhas de Oxaca no México, Banana do Brasil e Laranjas do entorno do vulcão Etna na Itália. Esses são apenas alguns dos alimentos que estão ameaçados de extinção no mundo, de acordo com um estudo realizado pelo jornalista da BBC, Dan Saladino.
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No entanto, o jornalista informou que esses alimentos não são somente uma fonte de alimento, mas também objeto da “invenção, imaginação e sabedoria de centenas de gerações de agricultores e cozinheiros”. Ou seja, esses povos adaptaram e até tornaram comestíveis alguns frutos ao longo de milhares de anos.
Saladino alerta sobre a quantidade de coisas que estamos perdendo, afirmando que o atual sistema de produção alimentar extremamente intensivo no mundo está contribuindo para a destruição do planeta.
Alimentos são o verdadeiro tesouro da humanidade
Em seu livro “Eating to Extinction” (“Comendo até a extinção”), o jornalista viajou para diversos lugares do planeta para conhecer as comunidades que cultivam e preparam alimentos que estão ameaçados, assim como seus estilos de vida.
Em uma entrevista a BBC News Mundo, Dan Saladino defendeu que os alimentos ameaçados são o verdadeiro tesouro da humanidade. Além disso, ele também alertou para os riscos que o mundo passa por estar cada vez mais uniforme, dando sugestões de como combater a perda da diversidade.
Como exemplo dessa perda, Dan cita o fato de o estoque de sementes de Svalbard conter mais de 200.000 amostras de trigo, porém os agricultores da Europa plantarem somente dez variedades, todas geneticamente semelhantes.
Assim, o mundo se torna cada vez mais dependente de uma pequena quantidade de alimentos. Dessa forma, existem basicamente nove principais culturas consumidas mundialmente. Dentre elas, 50% das calorias ingeridas pelos humanos são fornecidas por apenas três ingredientes: arroz, milho e trigo. Algo um tanto limitador.
Afinal, qual a importância de conservar a diversidade de alimentos?
Com o decorrer do século 20, a crença de que as questões alimentares mundiais são resolvidas com soluções tecnológicas aumentou. Assim, tornou-se basicamente um tratado resolver a alimentação com genética, sistemas de irrigação que usam muita água, fertilizantes e insumos químicos.
No entanto, com o passar do tempo, percebemos que essa homogeneidade na alimentação aumenta a emissão de gases do efeito estufa, impactando diretamente nas mudanças climáticas.
Já em relação a saúde, os humanos evoluíram consumindo diversos alimentos presentes no mundo, sendo necessário até hoje para a saúde da microbiota intestinal.
