Os trabalhadores com carteira assinada estão confusos a respeito da situação do saque-aniversário do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). Em entrevistas realizadas em janeiro, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho afirmou que planeja acabar com a modalidade em breve.
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Segundo ele, o governo federal vai propor ao Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (CCFGTS) a suspensão da opção a partir de março. O assunto será avaliado na próxima reunião do colegiado, marcada para o dia 21 de março.
Em ocasiões anteriores, Marinho afirmou que deseja que “o objetivo do fundo seja preservado” para momentos em que o trabalhador realmente precisa, como no caso de demissão. O ministro avalia que a modalidade prejudica os brasileiros e enfraquece o fundo.
Mudança de ideia
Apesar das declarações anteriores, o chefe da pasta do Trabalho parece ter voltado atrás. Em uma nova entrevista ao jornal Valor Econômico, ele afirmou que a modalidade pode permanecer, desde que com “outras regras totalmente diferentes”.
“Se permanecer, será com outras regras totalmente diferentes, mas não estou convencido ainda. Não podemos fazer o trabalhador de escravo”, afirmou.
“Não descarto que acabe, podendo até ser mantido. Vamos decidir, não tem canetada. Eu acho um erro, mas estou aberto a refletir. Certamente mudanças haverá”, acrescentou.
Corrida para sacar
Com medo do encerramento da modalidade, o total de recursos do saque-aniversário do FGTS resgatado pelos brasileiros em janeiro bateu recorde. Até o dia 24, o montante chegou a R$ 1,11 bilhão, superando o volume somado em janeiro de 2022, de R$ 1,10 bilhão.
Apesar do temor, a integrante do grupo técnico do Conselho Curador do FGTS, Henriqueta Arantes, explica que o encerramento pode ser positivo para os trabalhadores.
“Mais do que ajudar, para o trabalhador de menor renda, prejudica. Ele costuma sacar várias parcelas, seja para resolver um problema individual ou pagar uma dívida, e ao ser demitido, não tem como sacar o FGTS, não consegue usar o dinheiro para financiar um imóvel porque o dinheiro foi usado de caução para pagamento de dívida”, afirma.