A Stellantis, montadora responsável pela produção dos modelos Citroën C3, C4 Cactus e Peugeot 2008, anunciou que irá encerrar o segundo turno de produção da sua fábrica de Porto Real, no sul do Rio de Janeiro. Como consequência, a fábrica também irá realizar uma demissão em massa de seus funcionários.
Leia mais: Recorde negativo: famosa multinacional pode demitir 2 mil funcionários
A decisão da empresa ocorreu após a queda dos pedidos do mercado exterior. Sendo assim, a fábrica irá retomar suas atividades no dia 6 de março, realizando toda sua produção em somente um turno. De acordo com a montadora, a capacidade do turno restante será ampliada para conseguir lidar com a produção.
340 funcionários são dispensados após fim do turno
O segundo turno de trabalho foi retomado pela montadora em outubro de 2022, o que gerou a contratação de 340 trabalhadores. O intuito foi de acelerar a produção da nova geração do Citroën C3, com previsão de lançamento até 2024. Contudo, a empresa irá realizar a demissão em massa desses funcionários contratados.
De acordo com a nota oficial da Stellantis, “a unidade passa a concentrar a produção de automóveis em um turno de capacidade ampliada, com maior eficiência e agilidade para melhor responder às demandas de mercado”.
Em contrapartida, muitos trabalhadores se questionaram a respeito de uma possível intervenção do sindicato sobre a demissão em massa. Assim, Raimundo de Freitas, membro do conselho do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense, afirmou que uma reunião já foi marcada com a montadora.
“Nosso advogado foi informado da decisão pela montadora na semana passada. Ainda precisamos estudar a situação”, concluiu Freitas.
Queda na exportação de veículos
Como justificativa para a demissão em massa, a Stellantis afirmou que a queda da exportação de veículos influenciou na necessidade de um turno extra na montadora. Vale ressaltar que o ano de 2022 encerrou com uma alta de 28% no número de exportação de veículos brasileiros.
Assim, ao comparar com 2021, 481 mil unidades a mais foram exportadas em 2022. No entanto, a crise financeira no mercado da Argentina, importante para a Citroën, prejudicou diretamente nas exportações da marca. Desse modo, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) estima que as exportações devem se manter em queda neste ano.