O Ministério da Saúde anunciou que ampliará o programa que visa levar profissionais de medicina para o interior do Brasil. O Novo Mais Médicos irá priorizar, dessa vez, porém, brasileiros formados no país, mas mantendo profissionais formados no exterior e que ainda não têm diploma revalidado, que hoje correspondem a mais de 3 mil médicos, 40% do total.
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Até o momento, também está descartado um novo acordo de cooperação com o governo de Cuba para trazer profissionais da ilha. Na primeira versão do programa, essa foi a principal controvérsia.
Para atrair mais médicos brasileiros formados no país, o governo estuda oferecer cursos de pós-graduação para os participantes, como atrativo. Os planos foram detalhados por Felipe Proenço, secretário-adjunto de Atenção Primária à Saúde do ministério, ao Estadão.
Proenço já trabalhou no programa, assumindo a sua coordenação entre 2013 e 2016, na gestão de Dilma Rousseff (PT).
“É evidente que a gente precisa lidar com estratégias diversificadas para o provimento de médicos. Isso é uma estratégia de vários países para garantir o provimento em áreas de mais difícil inserção”, afirmou o secretário.
Além do Novo Mais Médicos, governo mantém outro programa
O programa foi criado para levar de forma emergencial médicos para locais carentes desses profissionais, por estarem distantes dos grandes centros. É o caso de distritos indígenas, comunidades rurais e as periferias das capitais.
Em seu auge, chegou a ter 18,2 mil profissionais, sendo 11 mil cubanos, trazido por meio de acordo com a Organização Panamericana da Saúde (Opas).
Grande parte desses profissionais deixou o país em 2018, com a postura crítica do ex-presidente Jair Bolsonaro, que criou em 2019 o Médicos pelo Brasil que, na prática, só começou a funcionar em 2021.
Hoje, os dois programas coexistem, sendo 8.321 profissionais atuando pelo Mais Médicos e 5.515 pelo Médicos pelo Brasil.
Para atrair mais médicos brasileiros graduados no Brasil, o programa ampliado deve apostar em formação médica continuada. “Nossa diretriz é trabalhar com a perspectiva de que, ao longo da inserção do médico no programa, ele possa alcançar a formação como especialista, possa ter acesso a modalidades de pós-graduação, porque um dos motivos que a gente vê de desistência é os médicos brasileiros procurarem outros formatos de educação médica. O que a gente está estudando é a viabilidade de isso ser ofertado pelo próprio programa”, afirma Proenço.
Antes da abertura de novos editais, porém, o governo está retomando dois editais passados, que foram paralisados na gestão anterior por questões orçamentárias.