O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central finalizou ontem, 1º, sua primeira reunião de 2023 com uma decisão já esperada pelos economistas: a manutenção da Selic em 13,75% ao ano. A grande maioria dos especialistas acreditava na continuidade do patamar.
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O nível é o mesmo desde agosto de 2022, meses após o governo adotar um ciclo de altas na tentativa de conter a inflação. A projeção é de queda até o fim do ano, mas não já no primeiro encontro do colegiado.
Também na última quarta-feira, o Banco Central dos Estados Unidos (Fed), colocou um freio no ritmo de aumentos dos juros e elevou o percentual em apenas 0,25 ponto. Em razão das decisões divulgadas pelos dois países no mesmo dia, o mercado brasileiro conhece a data como “Super Quarta”.
Previsão para a Selic em 2023
O mercado projeta alguma redução na taxa básica a partir do segundo semestre, o que dará início a uma reversão do processo de alta iniciado em março de 2021. Na época em que os aumentos começaram, a Selic estava no patamar histórico de 2%.
Durante a pandemia, a inflação brasileira chegou a alcançar dois dígitos, mas foi segurada pela desoneração dos combustíveis, redução no preço das commodities no exterior e pelo efeitos da alta de juros. O IPCA encerrou 2022 em 5,79%, acima do teto da meta.
O último boletim Focus do Banco Central mostra que os economistas consultados esperam que ela encerre o ano em 12,50%, queda de 1,25 ponto percentual na comparação com o valor atual. A expectativa foi reduzida em relação dos últimos meses por conta dos riscos fiscais enxergados pelos especialistas consultados para chegar à mediana.
Essa projeção ainda pode sofrer mudanças em meio ao cenário de incerteza sobre a política econômica do governo Lula. Entre os temas que pairam sobre o mercado estão a reforma tributária e a criação de uma nova âncora fiscal para substituir o teto de gastos.