A Volkswagen (VW) informou que irá suspender temporariamente a produção em três das quatro fábricas da empresa alemã no país. As unidades afetadas são as de São Bernardo do Campo (SP), São José dos Pinhais (PR) e São Carlos (SP), e os funcionários entrarão em férias coletivas por dez dias, estendendo o período da emenda de Carnaval até o início de março.
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A interrupção na produção se deve à falta de peças essenciais para a fabricação de veículos, o que mostra que a crise de semicondutores, causada pela pandemia de Covid-19, ainda não acabou. Em 2021, a VW demitiu 800 funcionários na fábrica de Taubaté (SP) por conta da escassez de peças.
A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos) estima que a falta de componentes eletrônicos resulte em uma perda anual de 250 mil veículos no setor automotivo. A escassez de semicondutores tem sido o maior obstáculo para a produção do setor nos últimos dois anos, e a associação espera que a regularidade no fornecimento de peças melhore nos próximos meses, à medida que a demanda por componentes seja freada pela desaceleração das economias desenvolvidas.
Crise dos chips semicondutores
A crise dos chips semicondutores vem causando um grande impacto na indústria automotiva em todo o mundo. Desde o início da pandemia de COVID-19, a falta desses componentes eletrônicos tem levado montadoras a interromper ou reduzir a produção de veículos, causando um efeito dominó em toda a cadeia produtiva do setor.
As montadoras dependem dos chips semicondutores para diversas funções em seus veículos, desde a eletrônica embarcada até o controle de emissões. Com a pandemia, a demanda por produtos eletrônicos aumentou significativamente, causando uma escassez de chips no mercado. Além disso, as restrições às viagens internacionais e os fechamentos de fábricas durante a pandemia reduziram a produção desses componentes, agravando ainda mais a situação.
No Brasil, a Volkswagen foi uma das empresas afetadas pela crise dos chips semicondutores. Em fevereiro de 2023, a montadora anunciou a paralisação temporária da produção em três de suas fábricas no país, devido à falta de peças essenciais para a produção de veículos. A medida afetou milhares de funcionários e demonstrou como a crise está impactando a indústria automotiva brasileira.
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos (Anfavea) estima que a crise dos chips semicondutores tem levado à interrupção da produção de cerca de 250 mil veículos por ano no Brasil. A situação é ainda mais crítica em outros países, como os Estados Unidos e a China, onde grandes montadoras, como a Ford e a General Motors, têm sido forçadas a interromper a produção em diversas fábricas.
A crise dos chips semicondutores é um grande desafio para a indústria automotiva, que precisa lidar com uma demanda cada vez maior por produtos eletrônicos em seus veículos, além de garantir a qualidade e segurança dos mesmos. As montadoras estão trabalhando em conjunto com fornecedores e governos para tentar resolver a situação, mas ainda há muita incerteza em relação ao futuro da produção de veículos.
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