Segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que ainda tinham a esperança de receber o 14º salário tiveram suas expectativas frustradas. Segundo o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, o pagamento compromete uma parcela muito grande do orçamento federal, por isso é difícil que ele aconteça.
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“O 14º é mais difícil porque é um peso muito alto. Não posso agarrar os céus com as mãos. Tenho uma realidade muito difícil. Não podemos fazer tudo ao mesmo tempo porque senão o governo não aguenta”, disse Lupi em entrevista ao GLOBO.
A proposta de pagar uma gratificação extra aos aposentados tramita no Congresso Nacional por meio do PL 4367/2020, que prevê a liberação excepcional do 14º salário para aposentados e pensionistas nos anos de 2020 e 2021. Desde sua apresentação, a aprovação do benefício passou a ser uma demanda dos segurados.
Outras demandas
Apesar da má notícia para milhões de brasileiros, o ministro afirmou que vai propor a criação de um 13º salário permanente para o BPC (Benefício de Prestação Continuada). O programa atende idosos e pessoas com deficiência de baixa renda.
Lupi também anunciou que quer iniciar mutirões para reduzir a fila de espera por benefícios do INSS. Segundo ele, o foco serão as regiões mais críticas do país, ou seja, onde há mais gente aguardando a concessão.
“Meu desafio são as perícias médicas, cuja fila está muito grande. Só no Nordeste são 661 mil na fila, 50% da nossa fila. Na fila do BPC, tem 473 mil, e do auxílio-doença, 574 mil. Ou seja, quase um milhão depende de perícia. Por isso, o meu projeto do mutirão”, afirmou.
“Vou deslocar peritos das capitais do Nordeste para o interior, onde tem a maior fila. Estamos nos acertos finais para começar neste mês. A medida provisória que autoriza o bônus está para sair a qualquer momento. O bônus ajuda porque é uma maneira de incentivar o perito a se deslocar”, acrescentou.
Entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023, a fila de espera do INSS cresceu de 143.464 para 1.231.322 pessoas. Além disso, o tempo médio para concessão do benefício, que oficialmente é de 45 a 60 dias, subiu de 79 para 85 dias.
