Um novo modelo de trabalho que está se espalhando na Europa pode interessar (e muito!) os brasileiros. De acordo com um estudo realizado, a jornada de trabalho de quatro dias é benéfica para os trabalhadores e também para as empresas que adotam esse modelo.
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O estudo foi coordenado pela organização 4 Day Week Global, mostrando que a semana de trabalho mais curta pode reduzir os índices de burnout em até 71%, sem alterar as metas de produtividade das empresas envolvidas no estudo. Assim, 61 companhias do Reino Unido e 2,9 mil trabalhadores foram envolvidos no projeto.
As empresas eram de diferentes ramos de atuação, desde o setor financeiro, hotelaria, consultoria até o de tecnologia da informação. Assim, as companhias reduziram a jornada de trabalho por seis meses, entre junho e dezembro de 2022, sem alterar o salário dos funcionários.
Semana menor aumenta a eficiência da equipe
A síndrome de burnout é causada devido a um estresse crônico provocado pelo trabalho. Dentre seus sintomas estão: esgotamento mental, exaustão e redução da produtividade. A doença foi incluída na lista de doenças do trabalho em janeiro de 2022, pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Além de diminuir o nível de burnout de seus colaboradores, a semana de quatro dias também aumentou a eficiência da equipe. Isso devido às reuniões serem mais curtas, resultando em períodos de foco sem interrupção e listas de tarefas cumpridas no fim do dia.
Dia extra de folga serviu para organização pessoal
Com a semana de trabalho mais curta, os colaboradores passaram a ter mais um dia para dedicar a sua família e cuidar de si mesmo. Dessa forma, seis em cada dez trabalhadores disseram que ficou mais fácil conciliar a vida profissional com a pessoal. Além disso, 62% dos entrevistados informaram que o dia extra de folga foi benéfico para sua vida social.
Ao serem questionados sobre quais atividades realizaram no terceiro dia de folga, a maioria dos trabalhadores responderam que “administram a vida”, organizando as compras de casa ou tarefas domésticas para conseguirem descansar no fim de semana.
Ademais, muitos informaram ao estudo que realizavam atividades recreativas, como voluntariado, esportes e até mesmo cozinhar por prazer. Em contrapartida, uma parte dos envolvidos no estudo utilizaram o tempo extra para se qualificarem profissionalmente.
Benefícios não são somente para o empregado
Se engana quem pensa que as empresas saíram prejudicadas com o estudo. Os dados revelaram que as metas de produtividade se mantiveram ou até mesmo aumentaram em 95% das empresas envolvidas no estudo. Além disso, houve um aumento médio de 1,4% na receita.
Outro ponto a ser observado foi a redução de 57% na taxa de demissão dos funcionários das empresas em comparação ao mesmo período do ano anterior. Dessa forma, a semana de quatro dias incentivou a melhora da qualidade de vida.