Os brasileiros que precisam de empréstimos ou financiamentos não terão trégua tão cedo. Pelo menos esse é o sentimento passado pelo Banco Central, que nos últimos meses têm se recusado a baixar a taxa básica de juros da economia, a Selic.
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Os planos de quem quer comprar uma casa ou um carro e até pegar um empréstimo possivelmente terão que ser adiados. A previsão dos analistas é que os juros seguirão no mesmo patamar elevado durante todo o primeiro semestre de 2023, com possível queda somente a partir da segunda metade do ano.
A Selic hoje está em 13,75%, patamar mais alto desde o final de 2016. O problema é que a taxa básica influencia todas as outras taxas da economia, de investimentos até empréstimos, dificultando a vida de quem precisa de crédito.
Outra dificuldade é que a renda média dos brasileiros não cresceu no mesmo nível do juro básico, que entre março de 2021 e setembro de 2022 teve alta de 11,75%.
Continuidade do cenário atual
Os analistas acreditam que a Selic será mantida no patamar atual pelo menos até a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Na ocasião, o corte deverá ser de 0,25 ponto percentual, para 13,50% ao ano.
Isso significa que cidadãos, investidores e os setores da economia terão pelo menos mais cinco meses de juros altos. Para tentar driblar a situação atual e evitar o endividamento, existem algumas estratégias básicas. Confira:
- Controlar as finanças para evitar recorrer a empréstimos;
- Procurar promoções, inclusive de alimentos básicos;
- Adiar sonhos caros, como a casa própria, o carro novo ou mesmo um eletrodoméstico.
BC irredutível
O grande propósito de manter a Selic elevada é controlar a inflação, ou seja, o aumento nos preços de bens e serviços. Com os juros altos, os brasileiros consomem menos e a economia desaquece, o que limita a “inflação por demanda”.
Em 2022, a inflação recuou e encerrou o ano em 5,79%. A previsão do último boletim Focus para este ano é de avanço de 5,09%, acima do teto da meta de 4,75%.
Segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que defende a redução dos juros, “nós não temos inflação de demanda”. Ele afirma que o patamar atual “não combina com a nossa necessidade” de crescimento e ainda provoca redução no consumo e no investimento das empresas.