Os maiores bancos brasileiros se uniram em prol de um objetivo comum: preservar o meio ambiente. As principais instituições públicas do país tornaram mais rígidas as regras para liberação de crédito para frigoríficos e matadouros, conforme aprovado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
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As novas normas foram assinadas por 21 bancos, incluindo Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú, Santander e Bradesco. Os compromissos estão valendo desde a última terça-feira (30).
Fim do crédito
As empresas afetadas pela decisão são os frigoríficos e matadouros que compram gado de abate criado em áreas da Amazônia e do Maranhão desmatadas ilegalmente. Esses clientes não terão mais empréstimos ou financiamentos aprovados pelas principais instituições do país.
Se desejar ter o acesso ao crédito restaurado, o frigorífico terá que desenvolver um sistema de rastreabilidade até o fim de 2025. Ele deverá conter documentos de compra do gado e o CAR (Cadastro Ambiental Rural) das propriedades.
Também será preciso informar eventuais embargos do Ibama, se a área de criação do gado está dentro de locais protegidos e se os trabalhadores foram submetidos a condições análogas à escravidão.
Exportação
Segundo a Febraban, as medidas devem facilitar a venda da proteína brasileira ao mercado externo. Além disso, elas estão em linha com as demandas de consumidores, investidores e acionistas preocupados com a agenda ambiental.
“A ideia aqui é a gente também estar alinhado às melhores práticas de mercado, a outras jurisdições. A União Europeia, por exemplo, já tem uma regra aprovada que vai restringir as importações brasileiras caso não se comprove que essa exportação é livre de desmatamento ilegal”, afirmou Amaury Oliva, diretor de sustentabilidade Febraban.
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) apoia a iniciativa, mas defende a ampliação das medidas para outros setores. “A gente precisa de outros setores da economia participando, inclusive o setor financeiro, e de um esforço muito grande do governo para conter ilegalidade na Amazônia”, pontuou Fernando Sampaio, diretor de sustentabilidade Abiec.