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Calor pode ser intolerável em parte do Brasil no futuro, revela estudo

Já imaginou ter que se mudar por causa do calor? Segundo estudo publicado na revista Nature, calor intolerável pode forçar migrações no final do século.



Um estudo inédito publicado na revista Nature demonstrou como o aquecimento global está afetando os padrões climáticos em todo o mundo. De acordo com a pesquisa, a temperatura poderá atingir um nível intolerável em algumas regiões, incluindo o Brasil, até o final do século.

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Isso deve ocorrer caso o aquecimento global atinja 2,7ºC em relação aos níveis pré-industriais. Isso resultaria na necessidade de bilhões de pessoas se mudarem para áreas com temperaturas mais baixas.

Esse cenário alarmante indica que o aquecimento global expulsará bilhões de pessoas de seus “níveis climáticos” em que a humanidade prosperou ao longo de milênios.

No entanto, ainda há como agir. O estudo mostra que medidas urgentes para reduzir as emissões de carbono e limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C poderiam diminuir em 80% o número de pessoas afetadas, totalizando cerca de 400 milhões.

Entenda o estudo que mostra as futuras áreas de calor intolerável no planeta

Diferentemente de avaliações econômicas anteriores sobre os impactos da crise climática, que tendiam a privilegiar os países mais ricos, essa análise inédita trata todos os cidadãos de forma igualitária.

Países com populações numerosas e climas já quentes serão os mais afetados, como é o caso da Índia e da Nigéria. No Brasil, a Região Norte, principalmente a Amazônia, sofrerá com um aumento significativo das temperaturas.

O estudo também revela que as mudanças climáticas já levaram cerca de 9% da população global, equivalente a mais de 600 milhões de pessoas, para fora de seus nichos climáticos. Até o final do século, as políticas atuais, que resultariam em um aquecimento de aproximadamente 2,7°C, poderiam deixar entre 22% e 39% das pessoas fora de seus nichos climáticos.

No entanto, reduzir o aquecimento global para 1,5°C resultaria em uma redução cinco vezes maior na população exposta a temperaturas sem precedentes, acima de 29°C em média anualmente.

O professor Tim Lenton, da Universidade de Exeter, no Reino Unido, líder da pesquisa, ressaltou que “os custos do aquecimento global são frequentemente expressos em termos financeiros, mas nosso estudo destaca o custo humano fenomenal de não enfrentar a emergência climática”. Ele enfatizou a importância de considerar todas as pessoas como iguais nesse estudo, em contraste com as avaliações econômicas anteriores.

Embora sejam feitas promessas e estabelecidas metas para enfrentar as mudanças climáticas, as políticas atuais não estão suficientemente direcionadas para cumprir o objetivo ambicioso do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global a 1,5°C.

Mesmo com a implementação total das contribuições determinadas nacionalmente até 2030 e a adoção de metas líquidas de emissões zero, ainda se espera um aquecimento global de quase 2°C neste século, conforme apontado pelo estudo.

Além disso, altas temperaturas estão associadas a diversos problemas, como aumento da mortalidade, redução da produtividade no trabalho, prejuízos ao desempenho cognitivo, impactos negativos na aprendizagem, complicações na gravidez, diminuição da produtividade agrícola, aumento de conflitos e disseminação de doenças infecciosas.

Portanto, as pessoas que forem empurradas para fora de seus nichos climáticos poderão considerar a migração para regiões com temperaturas mais amenas, o que pode envolver milhões ou até mesmo bilhões de indivíduos.

O estudo ainda lembra que condições climáticas extremamente quentes, frias ou secas estão associadas a taxas de mortalidade mais elevadas, menor produção de alimentos e menor crescimento econômico. Já imaginou ter que se mudar por conta do calor?




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