A Renner fechou 20 unidades de suas marcas somente no primeiro trimestre de 2023. Além disso, o grupo realizou demissões e também teria avaliado mais profundamente o desempenho que suas lojas tiveram durante esse período de crise. Assim, a diretoria da empresa admitiu que cometeu erros de análise, o que resultou em um período de março a abril pior que o aguardado.
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Dessa forma, a varejista informou que “retomou de forma mais dinâmica o processo de avaliação da rentabilidade das suas operações”, o que levou ao fechamento de algumas unidades, principalmente daquelas que poderiam ser absorvidas pelo parque de lojas. Com isso, a empresa consegue ter maior eficiência ao aumentar o número de vendas por metro quadrado e reduzir seus custos.
“Quando você faz esses ajustes de estrutura, você tem custos altos pontuais e na sequência há melhora estrutural [de resultados]”, afirmou o CEO do grupo, Fábio Faccio. Assim, 20 unidades foram fechadas nos primeiros meses de 2023, sendo que 13 delas são da Camicado, 4 da Renner e 3 da Youcom.
Juros e inadimplência
Sobre a inadimplência, a diretora financeira afirmou que ela permanece alta, mas que não é mais um efeito da pandemia. Assim, a taxa de contas em atraso com mais de 90 dias subiu 0,8 ponto. Dessa forma, a carteira total, o volume de vencidos subiu de 22,1% de janeiro a março de 2022 para 28,3% em 2023. Com isso, a perda líquida cresceu de 3,5% para 5,6%.
“Não existe mais efeito da safra de anos anteriores, de 2021, de 2022, é uma situação “macro”, afirmou Daniel dos Santos, diretor financeiro do grupo. A Renner aguarda uma melhora com o avanço do projeto do governo conhecido como “Desenrola”, que irá proporcionar melhores condições para a renegociação de dívidas.
Além disso, Daniel afirmou que a Renner possui dificuldades de fazer a “carteira girar” para o cliente que é bom pagador. Ou seja, a loja encontra problemas para atrair de volta quem faz as compras parceladas e realiza os pagamentos em dia, visto que essa parcela está mais resistente a fazer gastos.
Já em relação as despesas financeiras, o grupo teve uma redução de 29% de janeiro em março. No entanto, o resultado líquido piorou devido a taxa Selic, passando de R$ 17 milhões positivos no último ano para R$ 15 milhões negativos.