O Copom iniciou ontem (2) sua nova reunião na qual vai decidir a nova taxa de juros básica da economia. Apesar da pressão do governo federal e da melhoria nos indicadores econômicos, a Selic deve ser mantida no patamar atual.
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Já o presidente Lula se reuniu com o presidente da Argentina, Alberto Fernandéz, para discutir uma linha de financiamento para importações brasileiras feitas pelo país vizinho. Ainda no campo da economia, a previsão para o crescimento do PIB em 2023 teve melhora.
Nos assuntos em destaque nesta quarta-feira (3), veja também que o prazo para recadastramento de armas de fogo no Sistema Nacional de Armas foi prorrogado.
Recadastramento de armas de fogo
O prazo para recadastramento de armas de fogo, que venceria nesta quarta-feira (3) foi prorrogado para o dia 3 de maio. Os esforços para o cadastramento exigido pelo governo têm como objetivo ampliar o controle sobre o arsenal do país.
Em razão da política de incentivo e facilitação de aquisição adotada durante o governo Bolsonaro, o volume de armas em circulação no Brasil aumentou nos últimos anos. O novo decreto obriga o cadastramento de todas “armas de fogo de uso permitido e de uso restrito” no Sistema Nacional de Armas.
A mudança no prazo foi um pedido da chamada “bancada da bala”, grupo de parlamentares relacionados ao setor de segurança pública.
A Polícia Federal (PF) estima que mais de 824 mil armas foram cadastradas desde fevereiro, quando o prazo para registro foi aberto. O antigo sistema, mantido pelo Exército, reunia 772 mil registros.
PIB de 2023
O Boletim Focus divulgado ontem (2) pelo Banco Central mostra que o mercado aumentou sua previsão para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023. A estimativa de crescimento econômico passou de 0,96% para 1,00%.
Há um mês, os analistas esperavam aumento de 0,90%. A mudança é reflexo da forte expansão do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) em fevereiro.
Já para o próximo ano, o mercado prevê crescimento de 1,41%, percentual estável em relação à última publicação. Há um mês, a projeção era de 1,48%.
Copom decide juros
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) encerra nesta quarta-feira sua reunião na qual decidirá a taxa de juros básica da economia (Selic). O mercado espera a manutenção do patamar atual de 13,75% ao ano.
Os especialistas preveem que o corte nos juros só terá início a partir do segundo semestre, embora haja espaço para fazer isso agora. Enquanto alguns estimam reduções a partir de julho, outros esperam o primeiro corte para agosto.
Segundo o BC, a taxa atual é resultado da inflação alta, mas analistas apontam que ela já devia ter baixado com a melhora das perspectivas para a economia e a apresentação do novo arcabouço fiscal. O presidente Lula já criticou a postura da autarquia em diversas ocasiões.
Já o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que reduzir os juros não necessariamente melhoraria a oferta de crédito no país e ainda aumentaria a inflação. “Se fosse fácil resolver, já tínhamos feito”, disse em audiência no Senado.
Exportação para a Argentina
O presidente argentino Alberto Fernandéz se encontrou ontem com o presidente Lula para discutir a criação de uma linha de crédito para financiar a importação de produtos do Brasil pela Argentina. O encontro acontece três meses após a ida do petista a Buenos Aires.
“A gente vem discutindo há algum tempo o que a gente chama de crédito para exportação. Na verdade, é um financiamento às empresas brasileiras que vendem para a Argentina, e são essas empresas (argentinas) que importam serviços e mercadorias do Brasil”, explicou o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo.
A Argentina propõe que o governo brasileiro pague, em reais, os exportadores de produtos brasileiros e ofereça um prazo para acerto entre os bancos centrais. O responsável pelos financiamentos possivelmente será o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Fontes com conhecimento sobre as discussões afirmam que Fernandéz quer o financiamento de, pelo menos, US$ 1,5 bilhão por mês em importações. Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defende que os governos encontrem formas de dar garantias ao Brasil e reduzir o risco de calote.