O governo australiano anunciou novas regras que visam coibir o uso recreativo e estreitar as leis sobre cigarros eletrônicos, com o objetivo de frear o aumento alarmante do uso entre adolescentes. A partir de agora, será proibida a importação e o uso de vapes descartáveis (PODs) sem receita no país.
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Além disso, os vapes serão vendidos apenas em farmácias e exigirão embalagens do tipo “farmacêutica”. Os níveis de nicotina em aparelhos de cigarros eletrônicos também serão limitados no país.
De acordo com o governo australiano, estudos já tem mostrado que o uso de cigarros eletrônicos tem danos superiores aos causados pelo cigarro comum, e o aumento do uso para lazer tornou necessário o delineamento das novas regras.
O vape funciona aquecendo um líquido que contém essências e nicotina e o transformando em um vapor que os usuários inalam. As diferenças entre os vapes e PODs são designs, produção de vapor e quantidade de nicotina. Os PODs, considerados vapes mais atuais, entregam menos fumaça, mas um nível maior de nicotina, tornando-se mais viciante.
Proibição de importação e o uso de vapes seguem estudos científicos
Segundo o estudo publicado na revista científica World Journal of Oncology no fim do ano passado, usuários de cigarro eletrônico podem ser diagnosticados com câncer quase 20 anos antes do que os fumantes convencionais. Enquanto os que fumam cigarros tradicionais identificam a doença em média aos 63 anos, os adeptos do vape podem receber o diagnóstico bem antes, aos 45 anos.
Em tom de crítica, Mark Butler, Ministro da Saúde da Austrália, chegou a dizer que a Big Tobacco, um dos grandes players do mercado no país, pegou outro produto viciante, embrulhou-o em uma embalagem brilhante e adicionou sabores para criar uma nova geração de viciados em nicotina.
O governo australiano acredita ainda que o vape é um produto atrativo para crianças, vendido junto com pirulitos e barras de chocolate no país. O vaping se tornou o problema comportamental número 1 nas escolas de ensino médio e está se espalhando também nas escolas primárias da Austrália.
Em 2021, no outro lado do mundo, a Food and Drug Administration (FDA), agência regulatória dos Estados Unidos, pediu que fabricantes de cigarro eletrônico parassem de vender vape aromatizado devido à falta de evidência de que os equipamentos ajudam fumantes com o vício. Na época, o órgão disse que os benefícios para adultos não pareciam superar a “ameaça representada pelos bem documentados níveis alarmantes do uso juvenil”.