A Volkswagen do Brasil irá suspender temporariamente os contratos de 800 funcionários da fábrica de Taubaté, no interior de São Paulo, a partir de junho. A medida deve durar entre dois e cinco meses. Além disso, a fábrica de São José dos Pinhais, no Paraná, também terá turnos reduzidos.
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A montadora não confirmou os motivos para adotar o layoff, mas o Sindicato dos Metalúrgicos diz que a montadora alega queda nas vendas de carros, impactada pela alta dos juros no país. A adoção de layoff está prevista no acordo coletivo com a montadora.
Entre março e abril, a Volkswagen deu férias coletivas para dois mil metalúrgicos, com um grupo de 900 trabalhadores ficando afastado do trabalho por um mês. A montadora informou que a medida foi tomada para adequar o volume de produção à demanda do mercado e também em razão da falta de peças que afeta o setor.
Volkswagen do Brasil toma medidas em Taubaté e São José dos Pinhais
Além disso, a Volkswagen vai reduzir de dois para um único turno a produção nas duas fábricas a partir de 1º de junho. A medida atinge 799 trabalhadores em Taubaté, onde é montado o Polo Track, sucessor do Gol, enquanto no Paraná o número de operários que entrarão em layoff ainda não foi fechado.
Com a desaceleração econômica, elevação nos preços dos automóveis nos últimos anos, juros mais altos e crédito restrito, somados ao endividamento das famílias, o mercado segue ainda muito distante dos volumes de antes da pandemia.
As montadoras confiavam em desempenho melhor com a normalização no fornecimento de componentes eletrônicos, já que nos últimos dois anos não conseguiram entregar uma oferta maior porque faltou peça.
Entre ajustes já realizados e que estão para acontecer até o mês que vem, pelo menos metade (14) das 27 fábricas de carros e caminhões ativas no país anunciou a interrupção, em algum momento, de ao menos parte de produção desde fevereiro.
A lista inclui todas as maiores montadoras de caminhões do Brasil, onde as vendas caíram drasticamente com a alta de preços após a atualização tecnológica dos veículos a diesel para atendimento do aperto nos limites de emissões. O aumento dos juros também é apontado pelas montadoras entre os motivos da queda nas encomendas de caminhões, que dependem dos financiamentos.