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A era da epidemia da solidão: por que todo mundo se sente sozinho hoje?

Compreenda as consequências da solidão na sociedade contemporânea e explore caminhos para a busca de uma conexão autêntica e significativa.



Nos últimos anos, tem sido um período difícil para muitas pessoas. A pandemia de Covid-19 causou isolamento social, houve perdas familiares e problemas financeiros e profissionais, juntamente com a sensação de um apocalipse global transmitido pelas notícias.

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De acordo com uma pesquisa realizada pela Ipsos, metade dos brasileiros se sentiram solitários durante a pandemia, e 52% dos entrevistados perceberam que o sentimento havia se intensificado nos seis meses anteriores. O Brasil ocupou o primeiro lugar entre 28 países analisados nesse estudo.

Embora seja compreensível sentir solidão em um período em que saímos menos de casa e nossas interações sociais se limitam principalmente ao on-line, a “epidemia da solidão” já era uma preocupação global antes mesmo da Covid-19. Em 2018, a então primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, referiu-se a essa crise como “uma triste realidade da vida moderna” e criou o “ministério da solidão” para abordar o problema.

Consequências psicológicas e físicas

Estudos realizados mostram que a solidão tem consequências tanto psicológicas quanto físicas. Ela pode levar ao desenvolvimento de doenças mentais, como depressão e ansiedade, e também está associada a danos à saúde física, aumentando o risco de demência, ataque cardíaco e AVC. A solidão pode ser tão prejudicial à saúde quanto fumar 15 cigarros por dia.

Entretanto, ela não é um fenômeno novo, mas algo que acompanha a humanidade ao longo da história. Em diferentes épocas, foi vista como uma bênção ou uma maldição. Desde a Antiguidade, o isolamento ou ser isolado foi considerado um comportamento desviante da norma. Porém, a partir da Revolução Francesa e do surgimento do individualismo, ela passou a ser vista como uma expressão da liberdade individual.

Solidão passou a ser considerada uma patologia

A solidão também tem sido criticada e contestada por filósofos, como Karl Marx e Friedrich Engels, que defendiam uma sociedade baseada no coletivismo. Eles argumentavam que o individualismo era egoísta e burguês, explorando a classe trabalhadora.

No século XX e no século atual, a solidão passou a ser considerada uma patologia. Mudanças nas relações de gênero e nas formas de relacionamento afetivo e sexual, juntamente com o impacto das redes sociais, contribuíram para um aumento do sentimento de solidão e dificuldades em encontrar relacionamentos significativos e duradouros.




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