Um estudo realizado pelo Banco Santander indica que as vendas da SHEIN caíram no Brasil desde o início do ano. A queda não foi exclusiva da varejista chinesa, visto que a Shopee e o AliExpress também registraram baixa nas vendas. A estimativa foi feita com base nas informações da balança comercial brasileira, divulgadas pelo Banco Central.
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Os dados mostram que as importações de produtos de pequeno valor totalizaram US$ 701 milhões em abril. Em comparação ao mesmo mês em 2022, o número mostra uma queda de 20% no total de vendas. Essa foi a primeira redução desse grupo desde maio de 2020, logo chama bastante atenção.
De acordo com os analistas do Santander, um dos principais motivos para essa queda é a preocupação dos consumidores em serem taxados por suas compras. Em abril, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que acabaria com a isenção tributária de compras entre pessoas físicas com valores de até US$ 50.
Felizmente para muitos, Haddad desistiu da medida no mesmo mês.
Tributação do comércio eletrônico e consequências
Sobre a tributação das vendas online, o relatório do banco afirma que “à medida que as discussões sobre a tributação do comércio eletrônico internacional se materializam, levando a um aumento nos preços desses produtos, pode haver ventos contrários contínuos para empresas como Shein, Shopee e AliExpress”.
Em contrapartida, essa situação pode ter um efeito colateral positivo para o Brasil.
“Vemos os dados de abril sobre as importações de pequeno valor e a tributação em andamento do comércio eletrônico transfronteiriço como positivos para as empresas locais”, afirmam.
Desse modo, a tributação de compras no meio eletrônico se torna positiva principalmente para as varejistas de vestuário. Isso, porque ao deixar de comprar roupas na SHEIN, os consumidores brasileiros terão que buscar por peças mais em conta nas empresas nacionais, como Renner, Riachuelo e C&A.
SHEIN anuncia roupas ainda mais baratas
Em resposta à medida quase implementada pelo ministro da Fazenda, a empresa anunciou que irá investir R$ 750 milhões no Brasil nos próximos anos. O intuito da chinesa é de estabelecer uma rede com milhares de fabricantes têxteis no país.
No dia primeiro de junho, o presidente da SHEIN no Brasil e na América Latina, Marcelo Claure, afirmou que as roupas que serão fabricadas aqui podem ser ainda mais baratas do que as peças importadas atualmente da China.
Ainda de acordo com Claure, a empresa deseja transformar o Brasil em um dos polos de produção e distribuição global das peças da SHEIN. Com isso, a concorrência com as empresas brasileiras parece estar longe de acabar.
