Driblar um radar de velocidade dando aquela freada antes de passar pelo equipamento pode ficar mais difícil para os motoristas brasileiros. Uma nova tecnologia de fiscalização está em fase de testes em diversas cidades brasileiras, como Curitiba (PR) e municípios do interior de São Paulo.
Leia mais: Hora de viajar! Passagens aéreas podem ficar mais baratas em 2023
A novidade é que o equipamento mede a velocidade por meio de ondas eletromagnéticas, e não de sensores no asfalto, como os radares tradicionais. Assim, é possível saber se o veículo está acima do limite permitido antes mesmo dele passar pelo dispositivo.
A tecnologia é chamada de Efeito Doppler e possibilita a detecção da velocidade até 50 metros após a passagem. Assim, se o carro ultrapassar o limite permitido logo após o radar, o equipamento consegue flagrar a irregularidade.
Fase de testes
Os radares com Efeito Doppler foram instalados nas rodovias paulistas Washington Luís (SP-310), Luiz de Queiroz (SP-304), Comandante João Ribeiro de Barros (SP-225), César Augusto Sgavioli (SP-261), Irineu Penteado (SP-191) e Assis Chateaubriand (SP-425). Também há alguns deles na cidade de Curitiba (PR).
Nesta fase de testes, eles ainda não emitem multas, mas podem identificar outras infrações de trânsito, como avanço de sinal vermelho e troca de faixa em local proibido.
Para Jackeline Santos, especialista em direito de trânsito e segurança pública, a novidade deve incentivar o condutor a permanecer dentro do limite de velocidade permitido na via por pelo menos cinquenta metros após a localização do radar.
“Qualquer estudo ou implantação de novas tecnologias relacionadas à segurança viária é válido e torço para que os condutores, mesmo sem a presença da fiscalização de trânsito, mantenham-se dentro da velocidade permitida. A grande maioria dos acidentes de trânsito nasce do cometimento de um ato infracional e nenhuma morte no trânsito é aceitável”, explica.
Bons resultados
Com os resultados positivos obtidos em Curitiba, os aparelhos de fiscalização devem ser instalados em outros locais do país. Os radares são homologados pelo Inmetro e aferidos periodicamente, conforme determinação do órgão responsável.
“Temos verificado nos editais por todo Brasil que o doppler é uma tendência pelos municípios. Além disso, esse tipo de equipamento requer menos manutenções corretivas, tornando a fiscalização mais eficaz”, afirma Herick Dal Gobbo, coordenador da Unidade de Monitoramento por Dispositivos Eletrônicos da capital paranaense.