Renner, Marisa, Riachuelo e C&A: os motivos por trás da má fase do varejo de “brusinhas”

Empresas registram péssimos resultados no primeiro trimestre e Marisa inicia processo de reestruturação.



O cenário não está nada favorável para empresas do varejo de moda, como Renner, Marisa, Riachuelo e C&A. Opções favoritas e absolutas até pouco tempo, as varejistas amargam resultados financeiros ruins que, em alguns casos, já sinalizam problemas mais graves.

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A Marisa fechou o primeiro trimestre com um prejuízo de R$ 149 milhões, superado apenas pela Guararapes (dona da Riachuelo), que anotou perda de R$ 175,6 milhões. A C&A vem logo atrás na lista após ficar R$ 126,3 milhões no vermelho no mesmo período.

Das quatro vendedoras de “brusinha” mais conhecidas, apenas a Renner conseguiu alcançar lucro líquido, de R$ 46,8 milhões. Apesar disso, o volume representa queda de 75,6% na comparação com os resultados dos primeiros três meses do ano passado.

Segundo Malek Zein, analista de ações do TC, a tendência é explicada pela queda no consumo, o alto nível de inadimplência e a restrição do crédito. Ademais, ele pontua que o primeiro trimestre costuma ser “muito pior que o restante do ano” para esse tipo de negócio.

Além das razões individuais de cada companhia, existe ainda o agravante da concorrência de marcas chinesas, como a Shein. Em 2022, a gigante vendeu mais de R$ 7 bilhões em mercadorias para o Brasil, ficando atrás somente de Renner e Riachuelo.

Motivos específicos

Riachuelo

A Guararapes-Riachuelo terminar o período no vermelho não é surpreendente, especialmente após o fechamento de uma fábrica em Fortaleza (CE) no início do ano. Zein pontua que a empresa “dá prejuízo no primeiro trimestre desde 2020”, apesar de ter registrado lucro nos dois últimos anos.

Renner

A Renner tem como principais desafios o alto nível de inadimplência e a evolução desigual dos negócios, já que a marca principal teve alta de 3,1% e a Youcom de 8,5%, enquanto a Camicado registrou queda de 14,6%. Vale pontuar ainda que o lucro só ocorreu porque a companhia teve receita tributária adicional.

C&A

O prejuízo da C&A também não foi dos piores, segundo o especialista. O valor é 17,3% inferior ao do mesmo período do ano passado e pode ser explicado, pelo menos em parte, pelo resultado financeiro negativo de R$ 101 milhões neste ano.

Marisa

Já a Marisa enfrenta uma situação um pouco mais complicada. A empresa é foco de vários pedidos de falência feitos por fornecedores, dois deles só em maio. Além disso, há registro de prejuízos desde 2014, exceto em 2018.

O plano agora é cortar R$ 52 milhões em despesas, o que inclui medidas como o fechamento de 91 lojas consideradas pontos de venda deficitários.




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