Já imaginou a construção de um satélite brasileiro em parceria com a Nasa para ampliar o monitoramento do desmatamento da Amazônia? Foi exatamente isso que foi sugerido na última terça-feira (25), pela ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos.
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A ministra se reuniu com o administrador da Agência Espacial dos Estados Unidos, Bill Nelson, no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos, para discutir a colaboração entre os dois países no desenvolvimento de novos satélites e tecnologias aeroespaciais.
Em entrevista após o encontro, a ministra explicou que a parceria visa aprimorar o monitoramento da floresta Amazônica, que atualmente é realizado por meio dos satélites CBERS e Amazonia-1, sendo este último totalmente brasileiro.
Independente do acordo, o Inpe também está desenvolvendo uma nova tecnologia chamada Radar de Abertura Sintética (SAR), que permitirá a geração de dados em qualquer condição climática, possibilitando a visualização através de nuvens, o que é fundamental para a região amazônica.
Parceria com a Nasa pode se tornar realidade em breve
Aos jornalistas, o diretor do Inpe, Clezio Nardin, afirmou que a Nasa está propondo ao Brasil o acesso aos dados de dois satélites que estão prestes a serem lançados. “Acabamos de receber a proposta do Bill e estamos avaliando. A nossa contraproposta é essa, que nós estudemos o desenvolvimento de um satélite conjunto. Mas é óbvio que nós precisamos ter a decisão política [do governo federal]”, disse à Agência Brasil.
Um desses satélites, desenvolvido em parceria com a Índia, será lançado em janeiro e possui a capacidade de enxergar através da copa das árvores, permitindo identificar queimadas e desmatamento mesmo em áreas de densa vegetação.
A ministra Luciana Santos, por sua vez, destacou a importância da proposta da Nasa e mencionou a possibilidade de desenvolvimento conjunto de novos satélites. No entanto, ela ressaltou que é necessário ter a decisão política do governo federal para avançar nessa parceria. A tecnologia oferecida pela Nasa traria informações valiosas e imediatas para o monitoramento e a preservação da Amazônia, contribuindo para o combate ao desmatamento e queimadas na região.