Todo mundo sabe daquele estereótipo clássico da pessoa deprimida: semblante caído, olhar distante, tristeza a flor da pele. No entanto, a depressão, essa velha e complexa conhecida de muitos, esconde nas entrelinhas um sintoma pouco comentado e que pode passar despercebido até mesmo pelos mais próximos. E se eu te contasse que a falta de prazer pelas coisas que você amava pode ser um grande indicativo desse transtorno?
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Se você fez cara de “ué” agora, você não está sozinho! Muitas pessoas desconhecem a tal da “anedonia“. O nome pode até soar como de um planeta distante, mas ela está mais perto do que possamos imaginar. A anedonia, que em grego basicamente grita “sem prazer”, é um sintoma que se manifesta em uma grande parcela daqueles diagnosticados com depressão – estamos falando de cerca de 75% deles.
Anedonia: a perda silenciosa do prazer
Já imaginou estar diante da sua comida favorita e simplesmente não sentir nada? Ou ouvir aquela música que sempre te arrepiava e nada? Essa é a realidade da pessoa com anedonia. As atividades que antes traziam alegria e satisfação tornam-se indiferentes, como se uma chama interna se apagasse.
Porém, vale o alerta: embora seja um carimbo recorrente na depressão, a anedonia pode ser vista em outros quadros, como na ansiedade e na esquizofrenia. Ou seja, não vale sair autodiagnosticando ninguém por aí.
O impacto da anedonia na vida diária
As implicações vão além da perda do prazer. É como se um freio de mão fosse acionado na vida da pessoa. Algumas podem até resistir a certas atividades específicas, mas em casos extremos, essa resistência pode ser a tudo, até mesmo à própria vida.
E é justamente aí que o sinal vermelho acende. Uma pessoa pode ser diagnosticada com depressão apenas pelo sintoma de anedonia, mesmo sem os clássicos sinais de tristeza.
Tratando o intangível
Agora, se você acha que todo tratamento de depressão foca nessa perda de prazer, temos uma surpresa: em muitos casos, a anedonia fica em segundo plano. Parece loucura, mas é verdade. Essa falta de foco é, muitas vezes, o que leva muitos a se sentirem desamparados e sem solução.
Porém, como em toda boa história, há uma luz no fim do túnel. A pesquisa está correndo atrás, tentando melhorar os tratamentos e, quem sabe, reacender a chama que a anedonia apaga.
Então, aqui fica o recado: sentiu que o sabor da vida está diferente, ou que aquilo que te fazia vibrar perdeu a graça? Busque ajuda. Você não está sozinho nessa!