O mercado do varejo pode se preparar para novos fechamentos e demissões. A Via, dona das Casas Bahia e do Ponto, informou que seu novo plano de negócios prevê o encerramento das atividades de até 100 lojas até o fim de 2023, além do corte de 6 mil funcionários.
Leia mais: Fim da WeWork? Empresa corre risco de falência após anos de prejuízos
A empresa quer reduzir até R$ 1 bilhão em estoques e alterar a maneira como capta recursos para financiar o crediário, forma de pagamento disponibilizada aos clientes.
O presidente da companhia, Renato Horta Franklin, afirmou que a Via já iniciou o processo de fechamento das unidades. A ideia para reduzir os estoques é levar para o marketplace os produtos que menos geram lucro, especialmente os de menor preço, deixando apenas os mais caros nas lojas físicas.
“Esse ajuste das 100 lojas vai trazer uma liberação de estoques de R$ 200 milhões”, disse.
O anúncio de reestruturação no modelo de negócios vem após a entrada de Renato Horta Franklin na presidência da varejista e de Elcio Mitsuhiro na diretoria financeira.
O novo plano também prevê a redução dos investimentos da empresa em até 40%, o que junto com as demais medidas deve gerar até R$ 1 bilhão em lucro líquido. A nova gestão também planeja promover mudanças na captação de recursos, já que hoje a Via tem 50% de sua exposição de crédito ligada aos crediários.
O novo plano é colocar a carteira de crediário no mercado de capitais. “Quando eu começo a tombar isso para uma estrutura de FIDC eu tenho uma liberação de limites de crédito da ordem de R$ 5 bilhões ou mais. E aí posso usar esse limite para outras finalidades dentro da companhia, e o meu crediário está sendo financiado via mercado de capitais de forma direta”, afirmou Mitsuhiro.
Segundo trimestre
Segundo o balanço divulgado na última quinta-feira (10), a companhia registrou mais um prejuízo trimestral entre abril e junho, de R$ 492 milhões. Um ano antes, a Via terminou o trimestre com lucro trimestral contábil de R$ 6 milhões, seu último desde então.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado do período chegou a R$ 469 milhões, redução de 32,1% na comparação anual. Já a receita líquida recuou 2,1% ano a ano, para R$ 7,49 bilhões.
As vendas no modelo direto ao consumidor tiveram queda de 1,2%, mas cresceram 9% no marketplace.