Imagine uma situação: você passa o dia inteiro focado em um relatório, redigindo, revisando e ajustando detalhes. No entanto, você só pressiona as teclas ocasionalmente. Ao final do dia, seu chefe lhe questiona: “Por que você digitou tão pouco hoje?” Isso soa absurdo? Para muitos, já é realidade.
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O advento da pandemia não apenas alterou a forma como trabalhamos, mas também ampliou o olhar das empresas sobre o que fazemos durante o expediente.
Empresas como a Time Doctor viram uma explosão na demanda por suas soluções de rastreamento de funcionários. Mas por que essa crescente necessidade de vigilância?
A resposta é simples: garantir produtividade. No entanto, esse “garantir” tem gerado discussões fervorosas sobre privacidade e ética.
O que está sendo monitorado?
Da frequência no escritório virtual ao tempo gasto redigindo e-mails, empresas de todos os setores estão utilizando software avançado para monitorar quase todas as atividades de seus funcionários.
Algumas vão além e rastreiam os movimentos do mouse, os sites visitados e até usam a câmera do computador para confirmar se o colaborador está realmente presente.
Essa estratégia pode soar como um “Grande Irmão Corporativo”, mas a realidade é que muitos líderes empresariais veem isso como uma ferramenta necessária, especialmente quando 96% deles, em uma pesquisa recente, admitiram usar alguma forma de software de monitoramento.
O dilema ético
Embora o monitoramento possa ser visto como uma ferramenta para garantir a produtividade, ele traz consigo implicações significativas.
Em países como o Brasil, embora não haja uma menção específica sobre “monitoramento” nas leis que regem o trabalho remoto, é imperativo que as empresas respeitem os princípios de privacidade e inviolabilidade dos funcionários.
O termo “bossware” tem sido usado para descrever esses programas de rastreamento, e não é difícil entender o motivo. E a grande verdade é que a sensação de estar constantemente sob o olhar vigilante do “chefe” pode ser desconfortável para muitos.