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Casa, carro, lotes? Acho que não! Bem-vindos à geração do desapego

À medida que essa tendência se fortalece, as indústrias e o mercado precisarão se adaptar a essa nova realidade.



Já parou para pensar na mudança abrupta de comportamento das novas gerações? O que aconteceu com a cultura de possuir um carro, um aparelho de som último tipo ou mesmo aquela coleção imensa de DVDs e Blu-rays? Hoje, é cada vez mais comum ver jovens preferindo serviços de streaming a comprar um CD ou escolhendo o Airbnb em vez de comprar uma casa de praia. Mas por quê?

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A realidade é que, hoje, temos um fenômeno mundial crescente: o desapego da geração jovem aos bens materiais. E isso não se resume apenas a uma questão financeira. Muitos simplesmente não veem mais sentido em possuir bens quando podem acessar experiências.

A tendência é clara: os jovens valorizam mais a experiência do que a posse

Uma pesquisa conduzida pela Goldman Sachs Global Investment Research nos Estados Unidos sugere que a Geração Z, aqueles nascidos de 1997 a 2012, tende a valorizar mais a obtenção de serviços do que a compra de bens tangíveis. Os dados mostram que 77% dos entrevistados com menos de 30 anos priorizam vivenciar uma experiência satisfatória ao invés de ter um item de alta qualidade.

Esse desapego material pode ser explicado de diversas maneiras. Primeiramente, há uma conscientização sobre o impacto ambiental do consumo excessivo. Por que comprar e acumular, se podemos compartilhar e reutilizar?

Jeremy Rifkin, conhecido economista, prevê que “a propriedade individual de automóveis será uma ‘anomalia’ por volta de 2050“, indicando que o futuro está na economia compartilhada.

A influência da tecnologia nessa mudança é evidente

A principal ferramenta impulsionadora dessa revolução geracional é o dispositivo que carregamos no bolso: o smartphone. Atualmente, músicas, livros, filmes, séries, meios de transporte e até pedidos de comida estão a apenas um toque de distância.

A conveniência e o fácil acesso proporcionados pela era digital reduzem a necessidade de acumular objetos físicos. A mobilidade e a acessibilidade que os recursos on-line oferecem fazem com que o desejo de acumular bens materiais diminua.

Julia Lana, fotógrafa de 22 anos, resume bem esse pensamento: “Quando sair de casa, vai ser para um apartamento pequeno ou para dividir, rachar as despesas. Não precisamos de grandes espaços”.

Contudo, é importante notar que essa geração também encara obstáculos. Estudos indicam que três quartos dos profissionais em posições gerenciais nos Estados Unidos vê os membros da Geração Z como desafiadores no ambiente de trabalho. Isso pode ser resultado de uma falta de entendimento mútuo entre diferentes gerações.

Para a psicóloga Carolina Costa Cavalcanti, “muitos das gerações anteriores não têm inteligência emocional ou habilidades de relacionamento para dar espaço às pessoas crescerem, serem ouvidas e encontrarem sentido no trabalho”.

A nova geração busca equilíbrio e bem-estar em sua vida profissional e pessoal, como bem observa Carolina: “Ela quer voltar para a casa de bicicleta, sair à noite com os amigos, fazer caminhada, ir à praia, não trabalhar aos finais de semana”.




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