Quando discutimos os maiores colapsos financeiros já registrados, o caso do Barings Bank, o banco comercial mais antigo do Reino Unido com uma trajetória de mais de 200 anos, é incomparavelmente notável. Estável, de confiança e emblemático, ele caiu por causa da ação de apenas um homem. Por mais que soe como roteiro cinematográfico, é um evento real.
Leia mais: Por onde andam os psicopatas? Dica: eles se destacam no mundo dos negócios
Nick Leeson, com apenas 25 anos, foi o prodígio financeiro que comandou uma das maiores quedas da história bancária. Rapidamente escalando os patamares do Barings Bank, Leeson se viu imerso no frenético mundo da bolsa de valores de Singapura.
No epicentro do mundo asiático, Leeson era visto como um titã dos negócios, contribuindo com uma décima parte dos lucros globais do banco. Mas essa mesma liberdade que permitiu sua ascensão também selou sua queda.
O falso ouro da conta 88888
Embora seu sucesso financeiro fosse inegável, as ações de Leeson não eram infalíveis. Em uma tentativa de esconder pequenos erros, Leeson criou a conta 88888, um número que no Sudeste Asiático é considerado de boa sorte.
No entanto, essa conta se tornou seu calcanhar de Aquiles. O que começou como um método de ocultar um erro de £20.000 rapidamente se transformou em uma cratera financeira de milhões.
O fim de uma era
O cenário já estava pronto para a derrocada quando, em 1995, um terremoto devastador no Japão enviou ondas de choque através dos mercados financeiros. Apostando tudo em uma recuperação, Leeson viu sua sorte acabar.
Quando a fumaça baixou, o déficit estava em £857 milhões, um valor impensável para um banco que já havia resistido a inúmeras crises durante seus 230 anos de história. O Barings Bank, antes símbolo da resiliência e solidez financeira, foi vendido por apenas £1.
Lição aprendida
O destino de Nick Leeson foi selado. Após uma fuga dramática, foi capturado e sentenciado, passando seis anos atrás das grades antes de ser liberado por questões de saúde. Seu legado, no entanto, continua a ecoar como um aviso. Um aviso de que, por trás do glamour dos lucros e sucesso, a supervisão e a responsabilidade nunca devem ser esquecidas.