Fim do home office? Por que algumas empresas estão voltando atrás

Apesar de muitos de nós apreciarmos as maravilhas do trabalho remoto, parece que as empresas não estão exatamente na mesma página.



Já imaginou a delícia de colocar um pijama aconchegante, fazer aquele café fresquinho e começar o trabalho sem nem sair de casa? Se a resposta for “sim”, entenda que esse anseio é compartilhado por muitos.

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Segundo dados recentes obtidos pelo Valor, três quartos dos profissionais brasileiros entrevistados valorizam a flexibilidade do trabalho híbrido, ou seja, a mistura de trabalho em casa e no escritório. A pesquisa, realizada pela empresa de recrutamento PageGroup, revelou que essa tendência é levemente mais forte no Brasil do que a média global, com 75% contra 72% respectivamente.

E as empresas, o que preferem?

Apesar de muitos de nós apreciarmos as maravilhas do trabalho remoto, parece que as empresas não estão exatamente na mesma página.

Outro estudo, desta vez da consultoria PwC, mostrou que, incrivelmente, apenas 38% dos brasileiros estão desfrutando de um modelo de trabalho híbrido. E o que é mais surpreendente? Mais da metade, 53% para ser exato, disse que agora precisam estar fisicamente em seus locais de trabalho full time.

A questão é: por quê? Se tantos de nós valorizamos a liberdade e flexibilidade do trabalho remoto, por que tantas empresas estão retornando ao modelo tradicional?

Busca pelo equilíbrio

Ronaldo Arregalo, executivo da Megger, compartilha um ponto interessante. Ele mencionou como, em sua busca por novos desafios profissionais, o modelo de trabalho foi crucial.

Ele rejeitou ofertas anteriores de empresas que alegaram adotar um modelo híbrido, mas ao investigar um pouco mais, descobriu que esse não era o caso. E como Arregalo apontou, o trabalho remoto não é para todos. “Acho que essa flexibilidade não cabe para todas as funções e pessoas,” ele disse, sugerindo que a decisão de trabalhar remotamente deve ser analisada caso a caso.

O CEO do PageGroup no Brasil, Ricardo Basaglia, acrescentou: “O que eu acredito é que houve um excesso no passado, quando as organizações pendiam totalmente ao trabalho presencial. Veio a pandemia e esse cenário mudou em 100% para o remoto. Agora estamos buscando o equilíbrio“.

Sua perspectiva nos lembra que, enquanto muitos de nós estávamos trabalhando remotamente no auge da pandemia, estamos agora em um ponto de transição, tentando descobrir o melhor equilíbrio entre trabalho remoto e presencial.

Entender a perspectiva do funcionário é essencial

Flávio Balestrin, da Serasa Experian, ressaltou a importância de ouvir seus funcionários ao decidir sobre o modelo de trabalho. E a pesquisa mostrou! Os funcionários se candidatam em maior número e qualidade quando as empresas oferecem flexibilidade.

A gente tem sucesso maior de recrutamento, não só de volume, mas de qualidade das pessoas que se candidatam, porque [o modelo] demonstra confiança na pessoa“, afirma Balestrin.

No entanto, não importa o quão atraente seja o trabalho remoto, algumas empresas, especialmente as gigantes de tecnologia, estão trazendo seus funcionários de volta aos escritórios. A Amazon é um exemplo clássico. Andy Jassy, o CEO, argumentou que a colaboração e a inovação são facilitadas presencialmente. “A energia e as ideias uns dos outros acontecem com mais liberdade“, relata.

Então, onde nos deixa isso? Em um mundo pós-pandêmico, as empresas precisarão encontrar um equilíbrio que funcione tanto para elas quanto para seus funcionários. Como Carolina Zanotta, diretora jurídica da N5, destacou, é completamente possível treinar e desenvolver novos talentos, mesmo a distância. E assim, enquanto o debate sobre trabalho remoto versus presencial continua, uma coisa é clara: a flexibilidade e a empatia serão fundamentais para moldar o futuro.




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