O preço da carne pode fechar o ano em queda de mais de 10% no índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Mesmo sendo uma redução anual um tanto quanto incomum para o índice, a queda ainda não compensa a disparada da inflação que deixou o preço dos cortes bovinos mais altos nos últimos anos. Até setembro deste ano, a queda foi de 11,06% no acumulado de 12 meses do IPCA.
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De acordo com a previsão realizada pelo banco Santander, a deflação deve atingir os 11,35% até dezembro deste ano. Assim, essa pode ser a maior queda no acumulado desde o começo do Plano Real, em 1994. Desde então, a maior deflação na carne no acumulado de um ano aconteceu em 1995, com baixa de 10,25%.
Para Adriano Valladão, economista do Santander, a queda ocorreu devido a um cenário de aumento de oferta no mercado brasileiro. “O ciclo pecuário foi bem positivo e se refletiu em uma oferta de carne colossal. Fez despencar o preço do boi gordo, o preço no atacado, e teve repasse para o varejo”. Segundo o IBGE, o aumento foi de 12,6% no abate de bovinos até agora.
Mesmo com queda nos preços, carne continua cara
Em 2019, as carnes fecharam o ano com uma alta acumulada de 32,4% no IPCA, devido o aumento das exportações. Com a chegada da pandemia, os custos produtivos subiram, fazendo com que a inflação do produto fosse de 17,97% em 2020 e 8,45% em 2021. Já em 2022, esse aumentou caiu para 1,84%.
Dessa forma, mesmo com a deflação de 11,35% prevista para o ano, as carnes ainda devem acumular uma alta de 54% em seus preços de 2019 até o final de 2023. No entanto, com a chegada das festas de fim de ano, é provável que o preço dos cortes bovinos subam devido à demanda da época. Ainda assim, a queda nos preços no acumulado do ano será alta.
Por fim, o Procon-SP afirma que o quilo da carne de segunda sem osso ficou em R$ 29,63 em agosto deste ano no estado. Em 2022, a média do quilo da mesma carne estava em R$ 33,76. No entanto, ao comparar com os valores antes da pandemia, é possível perceber a diferença. Em agosto de 2019, o quilo da carne de primeira custava R$ 23,61, enquanto a carne de segunda ficava em R$ 18,25.
