Evitar pessoas é coisa de genética? Ciência diz sobre ser antissocial

Nem sempre estamos no clima de interagir, mas será que a sociabilidade é realmente uma escolha, ou há influência genética?



Você já “fugiu” de um conhecido no supermercado ou deu uma de espião, desviando para não encontrar alguém na rua? Nem sempre estamos no clima de puxar papo ou interagir com o mundo à nossa volta. No entanto, já parou para pensar que o quão sociável você é pode não ser uma mera escolha, mas algo determinado pela sua genética?

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Recentemente, pesquisadores da National University of Singapore iluminaram essa discussão com uma descoberta intrigante. Dois genes, conhecidos como CD38 e CD157, podem estar puxando as cordas do quanto você é socialmente inclinado.

A ciência por trás do ser anti-social

Esses genes, muitas vezes descritos como ‘hormônios sociais’, parecem influenciar o comportamento social em humanos. Os pesquisadores observaram que pessoas com níveis mais elevados de CD38 geralmente são mais extrovertidas, graças à quantidade de oxitocina, o “hormônio do amor“, presente em seus sistemas. Essa oxitocina impulsiona a tendência de ser mais social e aberto.

Agora, você deve estar pensando: “Bom para eles, então!”. Mas não se apresse em seus julgamentos. Ser extremamente social também tem seus contratempos.

O pesquisador Robin Dunbar, que dedicou uma parte significativa de sua carreira estudando interações humanas, apresentou uma teoria interessante. Ele propõe que o cérebro humano só pode manter um círculo social de cerca de 150 pessoas. Sim, esse é o seu limite de “amizade”, segundo Dunbar.

Amigos, amigos… amigos on-line à parte!

Com o advento das redes sociais, parece que todos têm mais de 150 amigos. Mas, aqui está o choque: a maioria desses “amigos” on-line não conta quando se trata de interações significativas. Estudos mostram que um uso excessivo das redes sociais pode até nos deixar mais solitários na vida real.

Afinal, ter centenas ou milhares de amigos no Facebook ou seguidores no Instagram não garante conexões profundas e significativas. Dunbar até estabelece que, em qualquer fase da vida, só conseguimos manter relações profundas e próximas com cerca de cinco pessoas. Isso mesmo, cinco.

Então, o que fazer com essa informação?

O debate entre natureza versus criação é longo e complexo. Mas, se sua genética o inclina a ser mais reservado, não há vergonha nisso. Em um mundo onde ser extrovertido é frequentemente glorificado, vale a pena lembrar que a profundidade e a qualidade das relações contam muito mais do que a quantidade.




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