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Mulheres dedicam 11 horas a mais em tarefas domésticas que os homens, diz estudo

Como normas sociais, questões culturais e maternidade ampliam a carga doméstica das mulheres no Brasil.



Em um estudo recente divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), foi revelado um quadro alarmante de desigualdade de gênero no que diz respeito ao trabalho doméstico e aos cuidados não remunerados no Brasil.

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As conclusões desse estudo deixam evidente que as mulheres carregam uma carga substancialmente maior de responsabilidades domésticas em comparação com os homens, e esse fato tem implicações profundas em suas vidas e na sociedade como um todo.

Entenda a pesquisa e suas constatações

O estudo constatou que, apenas pelo simples fato de ser mulher, uma pessoa é encarregada de um acréscimo de 11 horas semanais de tarefas domésticas em relação aos homens.

Essa disparidade gritante nos compromissos do lar é resultado de uma série de fatores complexos, mas muitos deles tem relação direta a normas sociais e culturais profundamente enraizadas.

A maternidade, por exemplo, emerge como um dos principais impulsionadores dessa desigualdade, uma vez que as expectativas tradicionais frequentemente ditam que as mulheres devem ser as principais cuidadoras, enquanto os homens são encorajados a serem os provedores.

Ana Luiza Neves, pesquisadora do Ipea, destaca: “Essas diferenças vão refletir em uma série de outras diferenças no mercado de trabalho, como desigualdade de rendimento e de participação“.

É fundamental compreender que a sobrecarga de trabalho doméstico não é apenas uma questão de distribuição de tarefas; ela afeta diretamente a igualdade de oportunidades e o potencial das mulheres em suas carreiras profissionais.

Outro aspecto relevante ressaltado pelo estudo é o impacto das crianças na divisão de responsabilidades. As mães enfrentam uma carga ainda maior quando os filhos são pequenos, mas essa pressão diminui gradualmente à medida que as crianças crescem.

Por outro lado, a presença de filhas adolescentes contribui para a redução das responsabilidades reprodutivas das mães. Isso destaca a necessidade de uma revisão das normas de gênero que subjazem às expectativas em relação ao trabalho doméstico.

Experiências reais corroboram esses resultados

Lidiany Krüger, moradora de Águas Claras, compartilha sua vivência: “Eu trabalho na Secretaria de Planejamento do Governo do Distrito Federal e também faço as tarefas domésticas. Em uma conta média, dá umas 20 horas por semana com os serviços de casa. Eu tenho duas crianças, de 8 e de 13 anos de idade, então, ainda tem essa parte“.

Ela conta que a sobrecarga era exclusivamente dela até que, após um diagnóstico de burnout, seu companheiro começou a dividir as tarefas domésticas.

A pesquisa do Ipea também investigou a dinâmica em residências que envolvem outros adultos, além do casal. O estudo revela que a presença de idosos com 80 anos ou mais de idade aumenta a carga de trabalho reprodutivo das mulheres, sem um efeito correspondente nos homens.




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