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Por que a dipirona é proibida em outros países, mas tão usada no Brasil?

Surpreendentemente, o que é comum no Brasil é incomum em várias partes do mundo. Sim, a dipirona é proibida em muitos lugares. Por quê?



A dipirona, com o seu nome tão familiar, já fez parte do kit de primeiros socorros de muitas casas brasileiras. Quem nunca recorreu a ela para aliviar uma febre persistente ou dores que teimam em nos incomodar? Aqui no Brasil, são muitas as pessoas que recorrem ao remédio de gosto tão amargo.

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Surpreendentemente, o que é comum no Brasil é incomum em várias partes do mundo, onde a dipirona é proibida. Mas de uma vez por todas, por que esse medicamento, tão popular em nosso país, foi banido em partes do mundo, como os Estados Unidos e Japão? Vamos entender o que está por trás da segurança e eficácia do analgésico, as razões que levaram alguns países a proibi-lo e por que o Brasil o mantém nas prateleiras das farmácias.

Os riscos de agranulocitose e as proibições mundo afora

A década de 60 trouxe uma reviravolta para a história da dipirona. Nessa época, surgiram estudos que alegavam riscos de agranulocitose, uma condição sanguínea que reduz as células de defesa e enfraquece o sistema imunológico. Esses estudos foram conduzidos com a aminopirina, uma substância quimicamente similar à dipirona.

Com base nessas alegações, os primeiros países começaram a proibir a dipirona.

Os Estados Unidos, por meio da agência reguladora Food and Drug Administration (FDA), retiraram a dipirona completamente do mercado em 1977. Logo em seguida, outros países seguiram o exemplo, incluindo Japão, Reino Unido e grande parte das nações europeias; no entanto, ao longo dos anos, surgiram evidências contraditórias.

Um estudo importante, conhecido como “Estudo Boston,” revelou que, a cada 1 milhão de pessoas que usavam a dipirona, apenas 1,1 apresentava alguma variação relacionada à agranulocitose. Isso levou alguns países a reconsiderar a proibição.

Por que o Brasil é uma exceção?

O Brasil nunca proibiu a dipirona. Há uma razão para isso! Na virada dos anos 2000, cientistas latino-americanos, incluindo brasileiros, conduziram uma série de estudos e avaliações. Após anos de pesquisa, foi constatado que a taxa de agranulocitose em pessoas que usam dipirona regularmente é muito baixa.

Isso sugeriu que o risco de agranulocitose era mínimo, semelhante ao de outros medicamentos amplamente disponíveis. Isso eliminou qualquer discussão sobre a necessidade de proibir o analgésico no Brasil, onde o remédio é um dos mais populares e consumidos.

Ainda há muitos mistérios em torno da dipirona, mas, ao que parece, ela oferece mais benefícios do que malefícios para o nosso organismo; no entanto, é importante lembrar que a automedicação não é a melhor opção. Sempre é aconselhável buscar orientação médica antes de tomar qualquer medicamento.




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