Parece que o vento está mudando no Brasil quando o assunto é jornada de trabalho. Com a promessa de oferecer mais qualidade de vida sem comprometer a produtividade, a semana de quatro dias chega com força em terras tupiniquins. Cerca de 20 empresas brasileiras aderiram a esse novo ritmo de trabalho. Mas, afinal, como será a adaptação desse modelo por aqui?
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A inspiração vem lá da Nova Zelândia. Em 2019, eles introduziram essa novidade que logo ganhou popularidade em diversos países. Hoje, graças ao movimento “4-Day Week Global“, quase 500 empresas pelo mundo afora estão testando esse novo modelo, denominado 100-80-100: o profissional recebe 100% do salário, trabalha 80% do tempo e, claro, mantém 100% de sua produtividade.
O Brasil, de olho nessa tendência mundial, está em fase de planejamento
Até janeiro, as empresas envolvidas vão decidir detalhes cruciais, como em quais departamentos a mudança será efetivada, qual será o dia de folga, como comunicarão clientes e, claro, como avaliarão a produtividade de seus colaboradores.
Dentre as empresas participantes, destaco algumas:
Clementino & Teixeira Advocacia tem planos ambiciosos. Eles vão implementar a nova rotina na empresa como um todo. A sócia Soraya Clementino afirma: “Esse será um dos nossos principais desafios: a identificação do modelo de redução de jornada que melhor se adapte às características do negócio”.
A GR Assessoria Contábil também apostou no programa de forma ampla. Segundo Marcos Romeiro, representante da firma, “Acredito que o principal desafio será o comprometimento dos colaboradores, que devem aderir ao projeto para ter um equilíbrio maior entre vida pessoal e trabalho”.
Já na Innuvem, especialista em soluções em cloud computing, o dia de folga será uma escolha conjunta do colaborador e sua equipe. David Garrana, CEO da empresa, destaca a dificuldade em conciliar as folgas, levando a empresa até a criar um aplicativo específico para o agendamento.
Por fim, a Rede Alimentare, que presta serviços de alimentação coletiva, decidiu não fixar um dia específico de folga. Eles estão avaliando implementar o novo regime primeiramente em departamentos administrativos.
E aí, será que essa onda de semanas mais curtas vai pegar de vez? O tempo dirá. Mas uma coisa é certa: o equilíbrio entre vida pessoal e profissional nunca esteve tão em pauta. E isso é, sem dúvidas, um avanço na busca por um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo.