O Senado aprovou o projeto de lei que estabelece um teto de 100% para a taxa de juros no rotativo do cartão de crédito, o que significa que o valor pode no máximo dobrar em 12 meses. O texto também prevê o CMN (Conselho Monetário Nacional) como órgão responsável pela definição do limite.
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Segundo dados do Banco Central, a taxa de juros da modalidade foi de 441,1% em setembro. Em agosto, a média ficou em 445,5%.
Cancelamento de cartões
O CEO do Itaú, Milton Maluhy Filho, afirmou que a mudança terá um impacto econômico negativo bilionário para o setor bancário, uma vez que milhares de consumidores terão seus produtos cortados.
“Se temos 8% de juros, temos que cortar – o país como um todo [tem que cortar]. Sessenta milhões de cartões de crédito precisam ser abandonados e também você pode ter um impacto de R$ 350 bilhões na economia, porque você vai tirar essas pessoas do mercado consumidor“, disse Maluhy durante teleconferência de resultados do 3º trimestre.
“Você vai ter um grande impacto na população que foi incluída no sistema financeiro, que serão excluídos. Onde eles vão se financiar? Como vão comprar? Como farão parte do sistema? Esse é o impacto real“, acrescentou.
Manutenção do problema
Segundo o CEO do Itaú, a questão da taxa do rotativo envolve elementos que vão além da forma como vem sendo tratada no momento, considerada por ele mais política que técnica. Ele aponta que a adoção do teto proposto não é suficiente para resolver o problema.
“Vai diminuir um pouco as taxas, mas não vai resolver nenhuma das questões que temos hoje”, completou.
Os bancos terão um prazo de 90 dias, após a sanção da lei, para definir um novo limite para os juros da modalidade. Caso isso não aconteça, eles serão reduzidos a cerca de 8,33% a.m.