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Por que buldogues, ‘salsichas’ e pugs sofrem com seleção genética?

O ronco dos animais que você nas redes sociais não é fofo, é um sofrimento.



Vídeos de animais fofos sempre arrancam sorrisos de quem vê. Principalmente raças engraçadinhas como pug, bulldog francês ou até mesmo os dachshund, os famosos “salsichas”. No entanto, o que pouca gente sabe é que estes animais sofrem bem mais que os outros.

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Quem é dono de algum animal destas raças provavelmente já sabe, mas vale um contexto. Estes cachorros foram “geneticamente selecionados” para serem como são – lindos, porém com pré-disposição a vários tipos de doenças, principalmente respiratórias.

No caso do pug e do bulldog a situação é ainda pior, por terem o focinho achatado. Shih-tzus também entram nesse balaio. Todos eles foram resultados de criação seletiva para fins meramente estéticos.

Quem pontua isso é um estudo publicado na revista “Canine Medicine and Genetics“. Segundo o texto, as enfermidades são tantas que os animais “não podemos ser considerados cães típicos do ponto de vista da saúde”.

Popularidade deu luz a problemas de saúde

Como essas raças têm se popularizado nos últimos anos, o boca a boca e as publicações nas redes sociais têm mostrado à sociedade que ter um pug ou um bulldog não é só festa; a vida deles é um pouco diferenciada.

E, quando criadores de cães entram no jogo, a situação fica ainda mais delicada, conforme apontaram os membros da Real Sociedade para a Prevenção da Crueldade Contra os Animais, em entrevista ao jornal O Globo.

“Ficamos muito tristes ao ver cães lutando para respirar, andar, brincar ou viver uma vida normal e feliz porque foram criados para ter uma determinada aparência, seja para obter lucro ou para ganhar um show”, dizem.

Ademais, a Federação dos Veterinários da Europa (FVE) e a Federação das Associações Veterinárias Europeias de Animais pontuam que focar na criação destas raças não leva em conta a saúde ou a longevidade destes animais.

Seleção genética

Também em entrevista ao jornal O Globo, a veterinária Paula Pérez Fraga explica que o melhoramento seletivo é feito, basicamente, desde que o mundo é mundo. Nas palavras dela, “desde que começamos a interagir com cães”.

Segundo a profissional, no início dos tempos, há 15 mil anos, isso era feito com fins comportamentais ou para ajudar os humanos em tarefas como pastoreio ou caça. Entretanto, tudo mudou no século XIX quando a criação seletiva focou no temperamento, para que os cães fossem “de companhia”.

Assim, a ideia não era mais ter um cachorro “útil” e sim um cachorro “bonito”.

A beleza teve seu preço: várias doenças hereditárias e “defeitos” nos animais. É o caso, por exemplo, cardiomiopatia dilatada em dobermanns, doença degenerativa da válvula mitral em cavalier king charles spaniel e doenças respiratórias em quase todo cão de focinho achatado, como os pugs e buldogues citados no início do texto.

O que faço com meu pug e meu bulldog?

Se você tem um cachorro de alguma das raças citadas ou sabe que o seu pet tem alguma pré-disposição genética a qualquer doença, deve fazer visitas regulares ao veterinário. Com monitoramento frequente, é possível resolver qualquer problema ainda no início e evitar uma dor de cabeça maior.




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