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Ainda tinha esperança? Preço do azeite não deve cair em 2024

Especialistas explicam os motivos por trás do aumento expressivo e generalizado nos preços do azeite.



Os consumidores que costumam utilizar azeite na cozinha já devem ter percebido que os preços do alimento dispararam nos últimos meses. Para a infelicidade mundial dos amantes do produto, essa situação não deve melhorar em 2024.

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Em entrevista ao UOL News, o professor e economista Fernando Agra, da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora), explicou os motivos por trás do avanço nos preços do azeite. Segundo ele, o problema é global e está ligado às questões climáticas.

“O que está acontecendo é o seguinte: a Europa produz cerca de 75% do azeite do mundo, e a Espanha produz uma das maiores parcelas. A gente tem tido problemas climáticos muito graves, como seca, baixa estiagem, temperaturas elevadas e algumas pragas. Isso comprometeu a produção de 2022, e se esperava uma recuperação em 2023, mas não houve. Quando a gente olha, é uma redução na oferta global. Esse é o lado do descompasso entre oferta e demanda”, explicou o especialista.

Entre abril de 2022 e maio de 2023, o verão no Mediterrâneo foi quente, seco e longo, com temperaturas que superaram a média em até 4°C. Junto com a falta de chuvas, isso fez a umidade do solo cair e prejudicou o desenvolvimento das oliveiras em um período importante de crescimento.

Mesmo sendo naturalmente resistentes a mudanças de temperaturas, as oliveiras estão têm passado por uma adaptação forçada ao clima extremo. Os resultados são atrasos no desenvolvimento dos frutos, o que reduz o peso e a safra das azeitonas.

Impacto no Brasil

O Brasil é um dos maiores importadores de azeite do mundo, sobretudo porque o país produz apenas cerca de 1% do mercado nacional. “Tem aumento dos custos de produção, com embalagens e energia. Praticamente todo nosso azeite é importado, e o dólar tem esse peso tanto na importação do produto final, como em parte daquilo que é feito aqui”, acrescenta o professor.

É quase impossível começar a produzir azeite suficiente para suprir a demanda a curto prazo, além disso, o clima não é ideal.

Em meio a esse cenário, os preços não devem parar de subir tão cedo. “No final desse ano e parte de 2024, a gente ainda terá o preço nas alturas […] As expectativas para o curto prazo não são nada otimistas com relação ao preço do azeite”, completa Fernando Agra.

*Com informações do UOL News.




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