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Item de luxo? Preço médio de geladeiras deve subir com nova exigência do governo

Setor varejista espera promoções em aparelhos com consumo mais alto e aumento no preço médio dos demais.



A nova determinação do Ministério de Minas e Energia sobre a eficiência de geladeiras deve resultar em promoções de aparelhos que consomem mais a partir de 2024, prevê o Ibevar (Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo). A exigência entra em vigor no dia 31 de dezembro.

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A regra estabelece que os refrigeradores vendidos no país tenham eficiência energética mínima de 85,5% a partir do próximo ano. Já a partir de 2025, os equipamentos precisarão entregar pelo menos 90% de eficiência.

Segundo a Eletros (Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos), uma consequência negativa da decisão será o aumento no preço mínimo das geladeiras no Brasil. A entidade estima que elas deverão custar a partir de R$ 4.000.

Para se livrar do estoque de produtos menos eficientes, os lojistas terão que criar promoções, afirma o professor da FIA Business School, Claudio Felisoni. O prazo para vender os itens que não atendem às novas determinações será de dois anos.

“A lei tem que ser respeitada. Vão tentar liquidar os estoques reduzindo progressivamente os preços”, disse o professor.

Magazine Luiza, Casas Bahia e outras grandes redes varejistas do país ainda não comentaram sobre a determinação, anunciada no fim de novembro.

Geladeiras mais caras

Apesar de ainda haver tempo para adequação pela indústria, a alta nos preços pode impactar os brasileiros das faixas de renda mais baixa, considerando a oferta de geladeiras pelo mercado. A Eletros estima que oito de cada dez aparelhos (83%) não estão dentro das regras e não poderão mais ser comercializados. Assim, sobrarão apenas os produtos de alto padrão, com preço mínimo entre R$ 4.000 e R$ 5.000.

“É necessário considerar a realidade brasileira. Infelizmente, com as novas regras, o consumidor de baixa renda será o mais prejudicado e, consequentemente, a indústria e seus colaboradores. Desinvestimentos e perda de centenas de postos de trabalho podem ocorrer nos próximos meses. Apresentamos ao governo estudos técnicos mostrando esse cenário ruim para a economia do país; porém, infelizmente, não foram considerados”, pontuou o diretor da entidade, Renato Alves.

O Ministério de Minas e Energia refutou a previsão da associação e afirmou que os equipamentos continuarão em circulação até 2026, o que dá à indústria tempo para se adaptar.

“Em segundo lugar, os equipamentos que seriam descontinuados em 2026 são uma fração pequena do mercado. Do total de 25 modelos de refrigerador de 1 porta, 17 atendem às normas, portanto, apenas 8 não poderiam ser comercializados a partir de 2026. Ainda assim, esses modelos podem ser adaptados e cumprir os novos requisitos estabelecidos”, acrescentou em nota.

“A própria associação Eletros, em consulta pública realizada para definição desses novos índices, informou uma projeção de aumento dos produtos seria de cerca de 23%, o equivalente a uma diferença de R$ 350,00 do preço praticado hoje, ou seja, dez vezes menor do que o valor informado por eles na imprensa. Enfatizamos que esse impacto ocorreria apenas em 2026, com a retirada do mercado desses últimos modelos mais ineficientes. O MME entende, no entanto, que esses valores devem ser ainda inferiores, considerando a competição em um cenário com novos equipamentos disponíveis em 2026”, contestou a pasta.

*Com informações do R7.




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