Governadores articulam ação para acabar com ‘saidinha’ de presos

Após o assassinato de um policial por um detendo fugitivo das "saidinhas", os governadores pressionam para votação de projeto.



Governadores se reuniram nessa semana para pressionar o Senado a acabar com a saída dos presos ou restringir o benefício. A articulação política conta com a participação dos governadores de Minas Gerais, São Paulo e Goiás, que cobram pelo andamento do projeto de lei que está parado desde outubro de 2023.

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A pauta voltou a ganhar força após o assassinato de um policial em Minas Gerais, no dia 5 de janeiro. O sargento Roger Dias da Cunha foi assassinado por um fugitivo da “saidinha” de Natal, na cidade de Belo Horizonte. Os governadores Tarcisio de Freitas (Republicanos/SP), Ronaldo Caiado (União/GO) e Romeu Zema (Novo/MG), são possíveis candidatos ao cargo de Presidência da República em 2026.

Diante do caso, os três governadores visam usar o tópico da Segurança Pública para se destacarem na corrida presidencial. Assim, Tarcísio anunciou que irá até Brasília discutir sobre o tema da saidinha dos presos. O governador irá acompanhado de seu secretário de Segurança Pública.

O que os governadores acham da “saidinha” dos presos?

Em uma publicação no X (antigo Twitter, o governador Romeu Zema questionou sobre a “saidinha”. “Bandidos com histórico de violência são autorizados para ‘saidinha’, que resulta em insegurança pra todos brasileiros. Passou da hora disso acabar. A mudança tá parada no Congresso. Até quando?”, publicou.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou em entrevista coletiva: “A gente tem que endurecer os critérios para que haja essa ‘saidinha’. Não está certo como está funcionando. E quando a gente fala em endurecimento de legislação, a gente está falando de tudo: endurecimento de pena, de mudança na lei de execuções penais, mudança na dinâmica dessas saídas. A gente precisa aumentar o risco do crime, porque se a gente não aumentar passa a percepção de impunidade”.

Já Ronaldo Caiado, governador de Goiás, afirmou em nota ao UOL que “não dá para ter concessão para alforriar bandidos que podem voltar a cometer crimes. Não podemos dar espaço a essas saídas temporárias, principalmente neste momento de exceção em que o país vive. O brasileiro nunca viveu sob ameaça do crime como estamos assistindo hoje. É uma afronta às autoridades que tanto lutam para botar bandidos na cadeia”.

Governadores articulam ação para acabar com 'saidinha' de presos
Governadores articulam ação para acabar com ‘saidinha’ de presos (Imagem: Hegon Corrêa/SECOM)

Proposta está parada no Senado

O relator do projeto é o senador Flávio Bolsonaro (PL/RJ), que culpa o PT pela demora na votação do projeto que visa acabar com a saidinha dos presos nas datas comemorativas. Em contrapartida, a liderança do PT nega estar trabalhando contra a proposta. Assim, o texto segue em discussão na Comissão de Segurança Pública, aguardando votação.

Com o caso ocorrido em Minas Gerais, a expectativa é que a discussão entre os parlamentares ocorra em breve. O presidente do Senado negou a inércia do projeto, defendendo a Casa em relação às críticas recebidas pelos parlamentares. Assim, Rodrigo Pacheco afirmou que já houve audiências públicas e discussões acerca do tema.




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