O sucesso das varejistas de moda chinesas entre os clientes brasileiros ganhou mais uma explicação bem plausível além da variedade e da facilidade. Segundo o Índice Zara, o preço das roupas no Brasil é um dos mais caros de todo o mundo, superando em 3% o custo dos produtos nos Estados Unidos.
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Em 2023, os produtos da loja no país sul-americano eram 1% mais caros em comparação aos Estados Unidos. Agora, a diferença chega a 3%.
Elaborado anualmente pelo BTG Pactual, o levantamento considera uma lista de peças vendidas pela rede de lojas espanhola Zara.
Porém, embora os preços tenham aumentado, o BTG avalia que o poder de compra dos brasileiros aumentou. O real teve valorização de 9% ante o dólar, o que faz com que o mesmo produto seja 85% mais caro para o consumidor brasileiro do que para o americano. A diferença era de 102% no ano passado.
Somente nove países possuem preços mais altos do que os dos EUA, e a Suíça está no topo com preço 19% maior. Também vale citar Arábia Saudita (9%) e Tailândia (7%).
Importação pesa na conta
Segundo Ana Paula Tozzi, CEO da AGR Consultores, comprar itens de moda no Brasil tem um alto custo porque boa parte das peças é importada. Quando o país abriu o mercado para o mundo, há mais de 20 anos, a indústria têxtil perdeu sua relevância.
Somando o tecido que vem fora, o corte, a costura e os aviamentos importados, e a alta taxa de importação, o produto acabado custa muito mais. “Hoje temos muita dependência da importação para todas as categorias para produto de moda”, diz Tozzi.
O relatório do banco de investimentos também mostra que o Brasil é desafiador para empresas estrangeiras. “No entanto, Shopee e Shein adotaram um ‘sabor’ local, testando lojas ‘pop-ups’ e estratégias locais de marketing, atraindo vendedores locais, seu impulso deve persistir”, afirma o texto.
O Índice Zara avalia o preço de 12 peças da marca vendidas em 54 países. As comparações de um ano para o outro são feitas com os mesmos produtos e o preço dos Estados Unidos é usado como base para comparação.
