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Brasileiro tem o pior poder de compra de combustíveis em 10 anos

Levantamento recente do Dieese mostra que salário mínimo atual compra 60 litros de gasolina a menos que em 2012.



A queda no poder de compra do brasileiro foi ilustrada em uma pesquisa divulgada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) sobre os combustíveis. Hoje, o salário mínimo compra 60 litros de gasolina a menos que em 2012.

Leia mais: Recorde histórico: Preço do gás de cozinha custa quase 10% do salário mínimo

O pior poder de compra dos últimos dez anos é uma consequência direta do congelamento do salário mínimo frente à inflação. Em 2012, o consumidor conseguia comprar 227 litros de gasolina com um salário mínimo, mas atualmente o valor só é suficiente para 167 litros.

 

Há uma década, o piso nacional custeava 16 botijões de gás de 13 quilos, mas agora só compra 11. Fazendo a mesma comparação com o diesel, era possível adquirir quase 300 litros com o mínimo há dez anos, enquanto hoje ele paga apenas 180 litros.

“O encolhimento do salário mínimo, sem aumento real pelo terceiro ano seguido em 2022, se soma ao cenário de alta dos combustíveis e escalada da inflação, o que afeta o orçamento das famílias”, afirma o economista do Dieese/Fup, Cloviomar Cararine.

IPCA-15

Outro dado relevante divulgado neste semana é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), prévia da inflação do país. A gasolina é o item que mais pressionou a alta no medidor, chegando a corresponder a 1,73% em abril, contra 0,95% em março.

 

“Por trás desse péssimo desempenho está a política de preço de paridade de importação (PPI) implantada pela Petrobras em outubro de 2016, com reajustes dos combustíveis com base nas cotações internacionais do petróleo, variação cambial e custos de importação de derivados , mesmo o Brasil sendo autossuficiente em petróleo”, avalia o coordenador-geral da Fup, Deyvid Bacelar.

De outubro de 2016 a março de 2022, os preços da gasolina vendida nas refinarias da estatal subiram 157,3%, enquanto o diesel acumulou alta de 157,6%. O gás de cozinha disparou nada menos que 349,3%.

Nesse mesmo intervalo, o salário mínimo teve reajuste de 37,7%.

“É o resultado da política de empobrecimento galopante do brasileiro executada pelo governo federal”, critica Bacelar.




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