A partir do uso do Very Large Telescope (VLT), do Observatório Europeu do Sul (ESO) foi possível identificar o quasar mais brilhante já visto. Segundo os astrônomos que fizeram a descoberta, ele é trilhões de vezes mais luminoso que o sol.
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Vale lembrar que os quasares são núcleos luminosos de galáxias distantes e que são alimentados por buracos negros supermassivos. E, no caso do buraco negro desse quasar, ele está crescendo em massa equivalente a um Sol por dia. A ação faz dele, por exemplo, o buraco negro de crescimento mais rápido até o momento.
Na prática, os buracos negros que alimentam os quasares pegam matéria de seu entorno durante um processo energético que emite luz. E é justamente por isso que os quasares são alguns dos objetos mais brilhantes do céu, podendo, inclusive, serem vistos da Terra.
“Descobrimos o buraco negro de crescimento mais rápido conhecido até hoje. Tem uma massa de 17 bilhões de Sóis e come pouco mais de um Sol por dia. Isto torna-o no objeto mais luminoso do Universo conhecido”, afirma Christian Wolf, astrônomo da Universidade Nacional Australiana (ANU).
Energia
Esse buraco negro emite tanta energia a partir de matérias que o quasar possui uma luminosidade 500 trilhões de vezes maior que a do Sol. Potente, ele está tão longe da Terra que a sua luz leva mais de 12 milhões de anos para chegar até nós.
Em suma, a sua potência é tão grande, que os próprios astrônomos se surpreendem como nunca havia sido encontrado. “É uma surpresa que tenha permanecido desconhecido até hoje, quando já conhecemos cerca de um milhão de quasares menos impressionantes. Ele tem estado literalmente na nossa cara até agora”, diz o coautor Christopher Onken, astrônomo da ANU.
No entanto, ele também explicou que esse objeto já havia aparecido em imagens do Schmidt Sourthern Sky Survey do Eso, em 1980. No entanto, só ganhou o status de quasar décadas mais tarde.
Quasares
Para se encontrar quasares é preciso estar atento a dados observacionais precisos de grandes áreas do céu. Na prática, esses dados são tão grandes que é necessário usar modelos de aprendizado de máquina para realizar análises. Assim é possível diferenciá-los de outros objetos celestes.
No entanto, não se pode ignorar que descobrir o quasar mais luminoso já visto exigiu o uso de um telescópio maior e medições precisas. E foi o espectrógrafo X-shooter presente no deserto do Atacama, no Chile, que trouxe os dados necessários. Atrelado a isso, o Extremely Large Telescope (ELT) do ES), com 39 metros em construção no Chile, tornará ainda mais viável a identificação de outros objetos.
Importância
Esse estudo acerca dos buracos negros supermassivos podem auxiliar no entendimento de alguns dos mistérios do Universo primitivo. Dentre as questões está, por exemplo, como as galáxias hospedeiras e os buracos negros supermassivos surgiram e evoluíram.