Os planos de celular com acesso ilimitado aos aplicativos estão cada dia mais próximos do sim. Segundo o presidente da Anatel, Carlos Baiagorri, as operadoras caminham para uma nova forma de cobrança, na qual os usuários deverão pagar pelo acesso a cada conteúdo disponibilizado na internet. O assunto foi discutido durante a MWC 2024, a maior feira de conectividade do mundo.
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Para Baiagorri, a técnica de zero rating não se trata de uma questão regulatória, mas sim comercial. Ou seja, as operadoras que vendem o WhatsApp ilimitado não realizam pagamentos à Meta, mas apenas utilizam o aplicativo por meio de uma licença de uso de imagem. Devido a isso, as empresas de telecomunicação emitiram uma carta aberta solicitando a divisão de custos com as donas dos aplicativos.
O documento foi assinado pela TIM, Vivo, Algar Telecom e Claro. No texto, as operadoras solicitam que as empresas do porte de Google, Meta e Netflix auxiliem nos custes de manutenção e expansão da infraestrutura da internet. A reclamação é de que os conteúdos dessas empresas necessitam de um aporte tecnológico. Contudo, mesmo ganhando bilhões, elas não pagam pela manutenção de rede necessária, realizada pelas operadoras.
Tim e Claro anunciam o fim do zero rating
Em fevereiro deste ano, o presidente da Tim afirmou que a prática do zero rating não é mais ofertada nos planos de telefonia. Segundo Alerto Grizelli, as condições de rede móvel eram outras quando a estratégia foi implementada pelas empresas. Além dele, o diretor de marketing da Claro, Márcio Carvalho, seguiu a mesma linha de pensamento de Grizelli.
Para Márcio, quando a estratégia de zero rating começou a ser ofertada aos consumidores, o Instagram possuia apenas fotos. Agora, a plataforma conta também com vídeos, o que onera o uso das redes móveis. Para dar suporte ao uso dos aplicativos, a indústria de telecomunicação deverá realizar investimentos bilionários nas redes.
Por fim, os consumidores devem se preparar para arcar com contas mais caras, visto que esse custo poderá ser repassado para os usuários. Assim, os planos que já custam entre R$ 100 a R$ 200 mensais, podem ficar ainda mais caros nos próximos meses.