Perto da Páscoa, preço do cacau dispara e chocolates ficarão mais caros

Se você não abre mão do chocolate após as refeições, saiba que esse hábito poderá ficar mais caro nos próximos meses.



O chocolate de sobremesa poderá ficar mais caro nos próximos meses, sobretudo a poucas semanas da Páscoa. Com o aumento recorde do preço do cacau, os custos para os fabricantes de chocolate ficou mais alto, sendo diretamente repassado para os consumidores. Devido aos problemas climáticos na África Ocidental, principal produtor de cacau no mundo, o valor de exportação da amêndoa ficou mais alta para os produtores de todos os países.

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Na última sexta-feira (15), o cacau subiu US$ 613 por tonelada, encerrando a semana por US$ 8.018 em Nova York. Esse valor é mais que o triplo do preço cobrado há um ano, estando 42% acima do recorde estabelecido em julho de 1977. Desse modo, assim como nos anos 70, a solução para os produtores de chocolate e confeiteiros é o de reajustar o valor do produto vendido.

Segundo a CEO da Hershey’s, Michele Buck, a solução encontrada por uma das maiores produtoras de chocolate do mundo foi encarecer os produtos comercializados. “Seguimos comprometidos com nossa estratégia de longo prazo de elevar preços para cobrir a inflação de matérias-primas”, afirmou Buck. Devido à alta dos preços do cacau, os lucros das empresas de chocolate diminui consideravelmente nestes primeiros meses do ano.

Foto: Shutterstock

Produção menor e aumenta na demanda

A Organização Internacional do Cacau (ICCO) afirmou no início de fevereiro que as entregas das amêndoas nos portos dos principais produtores, Costa do Marfim e Gana, estavam 30% abaixo do volume exportado em 2023. Além disso, a ICCO afirmou que a produção nesta temporada deverá ser 11% menor do que a temporada anterior.

Outro ponto que encarece o produto é a expectativa de aumento de 5% na demanda, o que faz com que os estoques fiquem 21% mais baixos. Segundo Aakash Doshi, analista de commodities da Citigroup, o preço do cacau poderá chegar aos US$ 10 mil por tonelada nos próximos três meses. Com isso, é provável que os produtos diminuam de tamanho, que os preços aumentem ou que a manteiga de cacau seja substituída por outra mais barata no mercado.

Por fim, a expectativa é que os preços voltem a cair no segundo semestre, porém ainda ficando mais altos do que nos anos anteriores. “Os mercados provavelmente entraram em uma era em que a faixa de US$ 3,5 mil a US$ 4 mil por tonelada pode ser o novo cacau ‘barato’ nos próximos anos”, explicou Doshi.




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