A carne pode ficar mais barata para os brasileiros, afinal a inclusão das carnes na cesta básica pode mexer com os preços no mercado. Com a recente aprovação na Câmara dos Deputados, espera-se que a medida reduza o custo das proteínas para o consumidor.
No entanto, especialistas acreditam que o impacto na inflação será gradual. A votação, que contou com o apoio de 477 parlamentares, incluiu também o sal e o queijo e agora segue para o Senado.
Cesta básica e os preços no mercado
A expectativa é que a mudança tributária beneficie o consumidor, mas há fatores que mantêm os preços da carne altos. Entre eles estão o ciclo de oferta na pecuária, o aumento na oferta de carne e a queda nos custos de produção. Mesmo assim, as exportações podem elevar os preços devido ao dólar valorizado, tornando a carne brasileira mais atraente no exterior.
A inclusão das carnes na cesta básica é vista como uma forma de evitar futuros aumentos de preços. Com a reforma tributária, se essas proteínas fossem tributadas de outra maneira, os custos poderiam subir. Assim, a medida aprovada pela Câmara visa evitar esses aumentos, que ocorreriam durante a transição dos sistemas tributários entre 2028 e 2033.
Outro ponto importante é o possível impacto nas exportações. O dólar elevado torna a carne brasileira mais competitiva no mercado internacional, o que pode pressionar os preços internos.
Dessa maneira, os produtores podem preferir exportar, aproveitando os ganhos da isenção tributária, e isso pode refletir nos preços no mercado interno.
Imagem: Shutterstock
Produção de carnes no Brasil hoje
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta um recorde na produção das três principais carnes do país: bovina, suína e de frango. Em 2024, a produção deve atingir 30,77 milhões de toneladas, um aumento de 3,5%.
Assim, esse crescimento pode levar a uma redução nos preços para o consumidor. A disponibilidade interna deve aumentar, enquanto as exportações também devem crescer cerca de 5,2%.
Especificamente, a produção de carne bovina pode chegar a 10,19 milhões de toneladas, um novo recorde. Esse aumento é explicado pelo ciclo pecuário, com o pico do descarte de fêmeas previsto para 2024. A maior oferta de carne bovina no mercado pode ajudar a reduzir os preços para o consumidor.
Apesar das boas notícias sobre a produção, a questão dos preços no mercado é complexa. Afinal, a redução de preços não será imediata e depende de vários fatores. A oferta e a demanda internas, a taxa de câmbio e as exportações desempenham papéis importantes.
Além disso, os produtores podem optar por não repassar os ganhos da isenção tributária ao consumidor, focando em aumentar seus próprios lucros.
*Com informações de Globo Rural.