A chegada de um bebê é sempre um momento de alegria, mas para Mariele Bordim Deungaro e seu marido Ton, a surpresa foi ainda maior. A verdadeira surpresa veio durante o primeiro ultrassom, quando Ton insistiu para que a médica verificasse novamente se havia apenas um bebê. Foi então que descobriram que eram gêmeos.
Essa descoberta foi ainda mais especial devido à condição rara chamada superfetação, em que uma mulher engravida novamente enquanto já está grávida. Ísis e Benício foram concebidos com quase três semanas de diferença, resultando em uma diferença significativa de tamanho entre os dois.
A descoberta dos gêmeos
Hoje, ambos estão saudáveis. (Foto: Arquivo pessoal)
O segundo ultrassom confirmou a diferença de crescimento entre os bebês. O fenômeno da superfetação foi uma surpresa completa para o casal. Ísis e Benício continuaram a se desenvolver, com Benício sempre à frente em termos de tamanho e peso.
A gravidez de Mariele não foi fácil. Com dez semanas, ela enfrentou um deslocamento das duas placentas, o que a obrigou a ficar em repouso absoluto até o fim da gestação. Além disso, a colestase gestacional trouxe ainda mais complicações. Essa condição, que diminui o fluxo biliar, causou prurido intenso e colocou os bebês em risco de parto prematuro. Desse modo, Mariele precisou de cuidados médicos intensivos para garantir a segurança dos gêmeos.
O parto foi realizado com 35 semanas, resultando em uma hemorragia para Mariele. Ísis nasceu com problemas respiratórios e precisou de cuidados na UTI, enquanto Benício, apesar de menor complicações, também exigiu atenção especial para se manter aquecido. Hoje, aos três anos, Ísis e Benício estão saudáveis, embora ainda apresentem diferenças de peso e tamanho.
A incrível história de superfetação
A condição de superfetação é extremamente rara e muitas pessoas sequer sabem que é possível. Consiste em uma segunda ovulação e concepção ocorrendo enquanto a mulher já está grávida.
A superfetação foi observada em diversas espécies animais. Texugos, martas, panteras, búfalos, lebres europeias e alguns tipos de cangurus apresentam casos de superfetação, e é provável que muitas outras espécies também possam, pelo menos ocasionalmente, ter filhotes de idades gestacionais distintas. No entanto, esse fenômeno é extremamente incomum em seres humanos.