Alguma vez você se perguntou por que tem uma marquinha no braço direito? Essa pequena cicatriz, que muita gente carrega desde a infância, está diretamente ligada a uma das vacinas mais importantes que recebemos ao nascer: a BCG!
Desenvolvida pelos franceses Léon Calmette e Alphonse Guérin em 1921, a BCG usa uma bactéria atenuada para estimular o sistema imunológico dos recém-nascidos.
O que é a marquinha da BCG e para que serve, afinal?
Foto: Zay Nyi Nyi/Shutterstock
Administrada preferencialmente antes do bebê sair da maternidade, essa vacina é fundamental na prevenção de formas graves de tuberculose, como a Meningite Tuberculosa e a Tuberculose Miliar.
Aplicada em dose única, essa vacina é disponibilizada gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) e tem uma eficácia elevada, protegendo cerca de 78% contra a forma disseminada da doença. E é justamente essa resposta imunológica que deixa a famosa marquinha no braço.
Muitas pessoas acreditam que, se a cicatriz não aparecer, a vacina não teve efeito. Isso é um mito! Mesmo nos casos em que a marquinha não se forma, a proteção contra a tuberculose é garantida.
Ou seja, a cicatriz é apenas uma reação do corpo à vacina, não um indicador de sua eficácia.
Por que essa vacina é tão importante
A pesquisa realizada por Calmette e Guérin foi essencial para a saúde pública, reduzindo a incidência de tuberculose severa. Hoje, essa vacina é parte do calendário obrigatório de imunização infantil no Brasil.
Além disso, estudos internacionais e análises do Ministério da Saúde concluíram que não é necessária a aplicação de uma dose de reforço da BCG em crianças de 6 a 10 anos, prática descontinuada no Brasil.
Ou seja, a vacina já proporciona a imunização necessária com uma única dose, evitando formas graves da tuberculose.
Outras marquinhas de vacinação
Além da BCG, outra marquinha comum é a da vacina contra a varíola, uma doença que matou cerca de 500 milhões de pessoas ao longo da história. Graças aos esforços globais de vacinação, a varíola foi declarada erradicada pela OMS em 1980.
No Brasil, a campanha anual de vacinação contra a varíola continuou até aproximadamente 1975. A vacina era administrada usando uma “pistola” de injeção, uma técnica que gerava longas filas em escolas públicas.
A cicatriz da vacina antivariólica, conhecida como “pega”, é geralmente maior que a da BCG, com cerca de 2,5 cm, e localizada no braço esquerdo.
Essa cicatriz indica que a pessoa desenvolveu anticorpos não só contra o vírus da varíola, mas também contra outros orthopoxvirus, como o da varíola bovina e o vaccínia.