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Darwin não errou: inseticidas comuns já não funcionam mais contra baratas

Universidades de Kentucky e Auburn expuseram baratas coletadas de infestações reais a esses inseticidas e os resultados surpreendem.



Se você já notou que os inseticidas tradicionais estão perdendo a eficácia contra as baratas, não é só impressão. Pesquisadores confirmaram que esses insetos estão se tornando cada vez mais resistentes aos produtos mais comuns. A lei de Darwin nunca esteve tão certa.

Um estudo realizado por cientistas americanos, publicado no Journal of Economic Entomology da Universidade de Oxford, demonstrou que os inseticidas à base de piretroides, amplamente usados, têm eficácia cada vez menor.

Esses compostos, que também são encontrados em produtos para animais e contra piolhos, já não conseguem eliminar as baratas com a mesma rapidez de antes, demorando até cinco dias para exterminar uma população de barata-alemã (Blattella germanica), espécie comum em residências.

Detalhes do estudo envolvendo baratas e inseticidas

Foto: Shutterstock

Os testes, conduzidos pelas universidades de Kentucky e Auburn, expuseram baratas coletadas de infestações reais a esses inseticidas.

Na fase de exposição limitada, os cientistas notaram que apenas 20% dos insetos morreram após 30 minutos em contato com superfícies tratadas com o produto.

Além disso, em uma exposição prolongada, a maioria dos inseticidas levou entre 8 e 24 horas para matar as baratas. Esse tempo de resposta demonstra que as populações de baratas estão ficando mais fortes e resistentes, o que é um sinal preocupante para quem tenta combater essas pragas.

Inseticidas tradicionais e resistência de baratas

O estudo revelou que a resistência das baratas aos inseticidas não é um problema exclusivo dos Estados Unidos. Segundo os cientistas, as baratas-alemãs são “universalmente resistentes aos piretroides”.

Dessa forma, o problema afeta várias partes do mundo, complicando ainda mais o controle dessas pragas em ambientes domésticos. Os piretroides, antes eficientes, não conseguem mais eliminar as baratas rapidamente, principalmente em superfícies como drywall.

Ademais, os resultados também mostraram que, em comparação com materiais como aço inoxidável ou cerâmica, o desempenho dos inseticidas foi ainda pior nesse tipo de superfície.

Baratas-alemãs desenvolvem resistência

Outro dado preocupante é que as baratas expostas aos inseticidas acabam aprendendo a evitar contato prolongado com superfícies tratadas.

De acordo com o estudo liderado pelo pesquisador Zachary DeVries, da Universidade de Kentucky, essas baratas desenvolvem um comportamento que dificulta a ação residual dos piretroides.

Com base nesses achados, os cientistas concluíram que o uso de inseticidas à base de piretroides, especialmente como resíduos em casa, não é mais eficaz para exterminar as baratas-alemãs.

Por que inseticidas mais fortes são necessários

Essa resistência crescente das baratas-alemãs traz graves consequências para o controle de pragas, principalmente para quem não pode contar com serviços profissionais. Os cientistas alertam que a ineficácia dos inseticidas comuns pode levar ao aumento de infestações, o que traz diversos riscos à saúde.

Baratas são conhecidas por serem portadoras de alérgenos que agravam problemas respiratórios, como a asma. Logo, com os inseticidas tradicionais perdendo sua eficácia, o combate a essas pragas torna-se cada vez mais difícil, o que torna a necessidade de novos produtos ainda mais urgente.

Além disso, a resistência das baratas não está relacionada apenas à formulação dos inseticidas, mas também ao comportamento desses insetos. Como mostram os experimentos, baratas resistentes tendem a evitar superfícies tratadas, o que diminui a exposição ao veneno e dificulta a eliminação.

Batalha contra a resistência

Os resultados dos estudos apontam, sobretudo, para a necessidade de revisar os métodos de controle de pragas usados atualmente.

Com a resistência das baratas-alemãs se tornando um desafio mundial, o uso de inseticidas tradicionais à base de piretroides parece ser uma solução cada vez menos eficaz.

Os cientistas envolvidos nas pesquisas recomendam que sejam exploradas novas abordagens para garantir que essas pragas possam ser controladas de maneira eficiente, evitando que infestações se tornem ainda mais difíceis de combater.




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