Realizado anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Censo da Educação Superior 2023 trouxe revelações inesperadas sobre a competitividade nos cursos universitários do país.
Divulgado pelo Ministério da Educação, o estudo destacou uma mudança significativa nas escolhas dos estudantes. A alteração na preferência dos candidatos reflete a diversificação provocada pelas demandas do mercado.
Tradicionalmente, Medicina era a opção mais desejada pelos candidatos, mas agora foi ultrapassada por Engenharia Naval e Artes Cênicas.
Este cenário foi analisado tanto em instituições públicas quanto privadas, revelando novas tendências no acesso ao ensino superior no Brasil.
Dados adicionais do censo incluíram informações sobre o ingresso de egressos do ensino médio nos cursos superiores.
Universidades públicas versus privadas
Nas universidades públicas, a Engenharia Naval apareceu como a graduação mais concorrida. Sua oferta limitada, combinada com uma demanda crescente no setor, resultou em uma relação de 55 concorrentes por vaga.
No total, foram 13.329 inscrições na disputa pelas 243 oportunidades abertas no ano passado.
Já nas instituições privadas, Artes Cênicas superou Medicina, com 10 candidatos para cada vaga disponível. Com 2.417 inscritos para 235 posições, o curso destacou-se pela baixa oferta dessa graduação.
Medicina, por sua vez, ainda atraiu um número significativo de interessados, com 276.446 inscrições para 38.068 vagas em faculdades particulares.
ABI (Área Básica de Ingresso), TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação), Psicologia e Biomedicina são outros cursos que se destacaram no Censo 2023.
As graduações mais difíceis
Em relação aos níveis de dificuldade apresentados pelos cursos universitários, a Engenharia Cartográfica e a Agrimensura se destacam em primeiro lugar em um ranking da Funacred. Apesar das altas remunerações, a taxa de desistência é elevada devido à complexidade das formações.
Da mesma forma, Medicina ainda é bastante exigente, além de manter a concorrência acirrada. Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), por exemplo, o vestibular para o curso registrou 70,59 candidatos por vaga.
Além disso, a Engenharia Aeroespacial e a Engenharia Naval são reconhecidas pela dificuldade, envolvendo cálculos minuciosos e projetos complexos. Por fim, o curso de Direito figura entre os mais difíceis devido à exigência de leitura extensiva e memorização de legislações.