O iceberg A23a, conhecido por ser o maior do mundo e com peso estimado em quase um trilhão de toneladas, tem mostrado sinais de desintegração, de acordo com os cientistas que observam a região.
Tal fenômeno começou a ser verificado em 2023, quando um enorme fragmento, comparável ao dobro do tamanho da Grande Londres, se soltou do gigante de gelo.
Desde 2020, o A23a tem se movimentado lentamente em direção à ilha da Geórgia do Sul, no Atlântico Sul.
Esse deslocamento gera preocupações sobre possíveis impactos ambientais, uma vez que o iceberg pode encalhar em águas rasas e afetar o habitat de diversas espécies, inclusive filhotes de pinguins e focas.
Imagem do iceberg A23a feita pelos satélites Copernicus Sentinel-3 em janeiro deste ano – Imagem: reprodução/EUMETSAT
Fragmentação e impacto ambiental
Andrew Meijers, cientista do British Antarctic Survey, revelou que uma parte de aproximadamente 80 quilômetros quadrados se desprendeu do iceberg. Esse é um dos primeiros indícios de que as fraturas profundas existentes no A23a têm se expandido. Por outro lado, Soledad Tiranti, glaciologista argentina, também confirmou a ruptura significativa.
Apesar disso, Meijers destaca que a trajetória em direção à Geórgia do Sul permanece inalterada. Caso a desintegração continue, os fragmentos menores poderão reduzir os riscos à vida selvagem, por possibilitar que os animais naveguem entre eles sem dificuldades.
Histórico e trajetória
O A23a se originou em 1986, quando se desprendeu da plataforma antártica e permaneceu preso por mais de três décadas. Somente em 2020, o iceberg começou sua jornada para o norte, influenciado pelas correntes poderosas da região.
A corrente de jato oceânica antártica tem guiado o iceberg em sua lenta travessia, e, apesar das recentes rupturas, as correntes ainda são um fator determinante no curso do A23a. Segundo Tiranti, o futuro deslocamento do iceberg dependerá de como as correntes locais continuarão a influenciar seu caminho.
Enquanto a trajetória continua incerta, a situação ressalta a fragilidade dos ecossistemas locais e a necessidade de monitoramento contínuo das geleiras antárticas.